A restauração do Auditório Simón Bolívar entra em fase conclusiva depois do incêndio de grandes proporções ocorrido em novembro de 2013. Felipe Pinheiro, diretor administrativo e financeiro da Fundação Memorial da América Latina – gestora do Memorial e ligada à Secretaria de Estado da Cultura de SP – garante que em torno de 90% da primeira fase de reconstrução já está completa. Ele explica que houve mudanças no processo licitatório, o que incorreu em demora na condução das obras. “No começo de 2015, o contrato com a empresa vencedora da licitação para a recuperação do espaço foi rompido e a empresa, multada”, relata. Ainda em 2015, uma nova licitação entrou em curso. “A empresa vencedora, A.M. Marxsen, utilizou a técnica de hidrojateamento de alta pressão para retirar cerca de 10 cm do concreto danificado. A laje de concreto do prédio possui 59 cm, o que torna sua recuperação um desafio”, acrescenta, lembrando que, em maio de 2014, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) concluiu que a segurança estrutural do Auditório não tinha sido comprometida.
A segunda fase será a de acabamento e o destaque é a reconstituição da obra de Tomie Ohtake, que está sendo acompanhada pelo Instituto da artista. “A tapeçaria é toda feita a mão. São 940 m2, e contamos com a participação voluntária de uma empresa brasileira e outra americana na escolha das cores e confecção dos fios, sempre com a aprovação do Instituto Tomie Ohtake”, afirma Pinheiro. Quanto à reinaurguração do Auditório, o diretor não arrisca uma previsão. “O espaço é fundamental para o Memorial. Mas temos que atender às novas legislações quanto à segurança e acessibilidade e a fase de acabamento requer rigor, até porque é uma obra tombada”, acrescenta Pinheiro. Para o diretor, o público terá um local modernizado, mas sem prejuízo das características do projeto original.