Consórcio anuncia paralisação das obras da Linha 6 do Metrô

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Foto: Divulgação

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Central de concretagem da linha fica na área da Rua Guaicurus

A Concessionária Move São Paulo, responsável pela construção, operação e manutenção da Linha 6-Laranja do Metrô anunciou a suspensão das atividades de construção no último dia 5 (segunda-feira), devido a dificuldade na contratação do financiamento de longo prazo, condição indispensável à continuidade do projeto.

Representantes do governo, Secretaria de Transportes Metropolitanos e da Concessionária Move-SP discutem uma solução para a retomada da obra. A Move-SP é formada pelas empresas Odebrecht e Queiroz Galvão, UTC Participações e Eco Realty Fundo de Investimentos. Todas as empreiteiras estão envolvidas na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Para a presidente da Associação Amigos da Vila Pompeia, Maria Antonietta de Lima e Silva, o governo deveria cancelar a licitação. “Acho que deveria cancelar e fazer uma nova licitação com gente idônea”, disse Antonietta. Segundo a Move-SP, o objetivo da paralisação é de resguardar o interesse público e preservar as atividades já executadas, que somam investimentos da ordem de R$ 2,7 bilhões.

As obras da Linha 6 começaram com a escavação do primeiro poço de ventilação (VSE Tietê) em 13 de abril de 2015. Orçado em R$ 9,9 bilhões, a expectativa do investimento é transportar mais de 633 mil passageiros por dia no trecho completo. O prazo de concessão é de 25 anos – seis anos de construção e 19 anos de operação. O primeiro prazo anunciado para entrega da linha foi 2020, mas esse ano foi alterado para 2021. A linha 6 terá 15 estações, cinco delas na região da Subprefeitura Lapa (Santa Marina, Estação Água Branca, Sesc Pompeia, Perdizes e PUC-Cardoso de Almeida).

A concessionária informa que negocia (financiamento) junto ao BNDES e ao Governo do Estado de São Paulo alternativas para o reequilíbrio da Parceria Público-Privada de implantação da Linha. A Secretaria dos Transportes Metropolitanos vê com preocupação a não obtenção de financiamento de longo prazo no valor de R$ 5,6 bilhões junto ao BNDES pela concessionária. Não há nenhuma pendência do governo do Estado junto à concessionária. A secretaria já aportou R$ 694 milhões para obras e R$ 979 milhões para desapropriação de 370 imóveis. Qualquer atraso na obra gera multa e até a rescisão contratual. A expectativa, segundo a concessionária Move-SP, é que a retomada das obras ocorra no menor prazo possível.

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