O prefeito Fernando Haddad se reuniu com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, na terça-feira (13), para apresentar o projeto de transferência da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que prevê a saída da atual área na Vila Leopoldina, para um novo terreno no bairro de Perus, na zona norte. A Ceagesp é uma empresa vinculada ao governo federal e o terreno que ocupa pertence à União.
A pouco dias de deixar o cargo para João Doria, Haddad defende a saída do entreposto da Vila Leopoldina e aponta vantagens com a mudança para Perus. Para ele, a área na zona norte é mais apropriada devido a suas dimensões e localização, próxima ao Rodoanel, enquanto o atual terreno da Ceagesp prejudica o trânsito local nas marginais. O entreposto recebe, diariamente, 16 mil caminhões.
Dentro do projeto do Arco Tietê (lançado por Haddad no início do seu mandato para revitalização das Marginais e valorização do rio), a ideia é promover com a transferência uma mudança urbana nas duas regiões, levando desenvolvimento com novas moradias e empresas de tecnologia para a Vila Leopoldina e, ao mesmo tempo, gerar empregos em Perus. “Com essa mexida, você reestrutura a cidade no aspecto urbano e dá aos permissionários uma condição de trabalho muito mais adequada do ponto de vista tecnológico. A Ceagesp está muito defasada”, disse Haddad.
Além do prefeito, participaram da reunião empresários que adquiriram o terreno privado para a construção do Novo Entreposto de São Paulo (Nesp), um centro de logística e de comércio especializado. Toda a infraestrutura para a construção em Perus será bancada pelos empreendedores, sem recursos públicos. Com a mudança, o terreno onde funciona a Ceagesp pode ser vendido à iniciativa privada e render cerca de R$ 3 bilhões aos cofres públicos.
Para viabilizar o projeto, as regras de uso e de ocupação de solo da região foi alterada por meio da Lei de Zoneamento. O decreto da Prefeitura de São Paulo com as diretrizes de implantação do novo entreposto deverá ser publicado antes do Natal. “A cidade toda vai ganhar do ponto de vista urbanístico”, afirmou Haddad.
O ministro afirmou que já conversou com o presidente Michel Temer, que se manifestou favorável ao projeto, assim como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. “Acho que será muito bom para a cidade de São Paulo e deve atrair investimentos na ordem de R$ 15 bilhões”, disse Maggi.