O inseto e o sapinho

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Basta abrir os jornais, a rede social ou ligar em um telejornal para encontrar notícias sobre a invasão de pernilongos na vida de moradores da Cidade. Quanto mais perto do Rio Tietê ou Pinheiros, mais insetos chegam às casas.

Na Vila Leopoldina, os relatos são assustadores. Os insetos tiraram o sossego das pessoas que acabaram investindo em telas, repelentes e todo tipo de armadilhas para se livrar das picadas e zumbidos. O problema se estende por todos os bairros ao longo dos dois rios que cruzam a Cidade. No vizinho distrito de Pinheiros a situação também é complicada com as revoadas de pernilongos. Até um abaixo-assinado foi feito para pedir providências à Prefeitura. Os comentários sobre a infestação são muitos. Fabiana Dias Cardoso registrou na rede social que os pernilongos estão mesmo insuportáveis. “São várias as medidas que tomamos para tentar combater o mosquito. Fechamos a casa toda às 16h. Passamos Raid Spray em tudo à noite. Não desligamos os aparelhos de Protector Elétrico. E temos a raquetinha que mata dezenas por dia, mas, ainda assim, estava insustentável. Optamos então pelo sapinho (aparelho). Já contei mais de 40 pernilongos mortos dentro dele (em uma noite). Fora os que morreram por conta dos outros recursos. O sapinho tem uma lâmpada de infravermelho que atrai os mosquitos para dentro de sua estrutura. Eles morrem naturalmente, e não fica aquele cheiro de queimado da raquetinha. Também não é preciso colocar veneno dentro”, relatou.

Assim como Fabiana, a moradora de uma travessa da Avenida Doutor Gastão Vidigal, Sandra Amado afirma que a situação está ruim desde o ano passado. Ela investiu cerca de R$ 2 mil na instalação de telas em todo o apartamento e em produtos como repelentes, inseticidas e armadilhas porque não conseguia usar a varanda por causa dos pernilongos. Um vídeo sobre a invasão dos insetos produzido por Sandra divulgado nas redes sociais ganhou visibilidade.

Deu certo. Além do carro do fumacê que circulou pelas ruas da Leopoldina essa semana, o prefeito João Doria, recém-empossado, e o secretário da Saúde, Wilson Pollara determinaram uma ação para conter a proliferação da espécie às margens dos rios da Cidade. A ação começou na quinta-feira e, segundo Pollara, o serviço terá continuidade. Além dos zumbidos e picadas insuportáveis dos pernilongos, a preocupação é que, no sobrevoo, as casas também recebam a visita do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. Nesta época do ano, devido às altas temperaturas e chuvas de verão, o Aedes encontra ambiente propício para reprodução. Por isso, a Associação Viva Leopoldina e outras entidades fecharam parceria com o prefeito regional Carlos Fernandes para ajudar na luta contra o mosquito selvagem e lançaram uma campanha no início de fevereiro para orientar a comunidade sobre as características e costumes do mosquito e sintomas das doenças (dengue, chikungunya e zika).

A resposta rápida de Carlos Fernandes às reclamações e sua disposição em fazer parcerias para transformar a região em um lugar melhor para se viver, têm rendido elogios. Fernandes realizou a primeira ação do programa Cidade Linda regional no sábado na Vila Anastácio e neste final de semana será a vez da Avenida Sumaré receber o mutirão da regional de zeladoria. Esses mutirões também ajudam a afastar os insetos com a limpeza e corte de grama nessas ações. Se prefeitura e comunidade continuarem juntas pela qualidade de vida da região, os insetos serão controlados mais facilmente e os sapinhos correm o risco de virar objeto de decoração.

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