Carnaval e segurança

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Em um momento que a crise penitenciária está em evidência e a segurança pública preocupa a população, moradores do entorno da PUC lutam para impedir a volta dos pancadões em uma ação conjunta entre Consegs, Polícia Militar, Civil e Prefeitura.

A briga é para evitar a realização do desfile do bloco de Carnaval “A PUC que te Pariu” nas imediações da Pontifícia Universidade Católica. O medo é que o evento seja um pancadão disfarçado de bloco de Carnaval. Ninguém quer baderna na porta de casa, dizem os representantes de associação de moradores e do conselho de segurança do bairro.

Os Consegs Perdizes e Leopoldina se uniram na causa e com as associações Viva Perdizes, Assampalba, Amocity e Mães da Leopoldina estiveram no Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), o 190, para conhecer o sistema de câmeras e a tecnologia de captação de imagens nas telas de monitoramento das ocorrências recebidas da Cidade. A ideia é integrar as câmeras instaladas nas ruas por grupo de moradores ou condomínios ao sistema de operações da PM para ajudar a polícia em dias de grandes eventos ou ocorrências que necessitem de acesso às imagens.

A visita intermediada pelo ex-comandante da PM e hoje deputado estadual coronel Camilo aconteceu na segunda-feira. No dia seguinte, o deputado e os presidentes dos dois Consegs se reuniram com o secretário de segurança urbana Coronel José Roberto, o prefeito regional da Lapa Carlos Fernandes, o novo superintendente da CET Coronel Arruda, o comandante do CPAM/5 Coronel Guilharducci, o delegado titular do 23º DP Marcel Druziani, representantes da CET, associação Viva Perdizes e o pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias da PUC Antônio Carlos Malheiros, em um almoço. Durante o encontro os moradores de Perdizes explicaram os prejuízos causados nas festas realizadas na Rua Ministro Godói, com depredação de carros, sujeira, consumo de drogas e barulho. Uma força-tarefa, semelhante à realizada em 2016 para conter os pancadões, ficou acertada para o Carnaval. A PUC, através do seu pró-reitor, desaprova qualquer incômodo e perturbação à vizinhança.

O carnaval nas ruas da capital será ainda maior este ano. A Prefeitura de São Paulo recebeu para a festa de 2017 a inscrição de 495 blocos, 189 a mais do que em 2016, cerca de 40 só na área da Prefeitura Regional Lapa. Por conta da polêmica, o prefeito regional Carlos Fernandes chamou todos os blocos inscritos para desfilar na região para conversar, mas os responsáveis pelo “A PUC que te pariu” não apareceram no dia marcado. Fernandes conta que conversou com a responsável pela organização, por telefone, e sugeriu outro local para o desfile, mas ela não se manifestou até a última sexta-feira. O evento no Facebook do bloco contava com mais de 8 mil confirmados para o evento e cerca de 33 mil pessoas interessadas, porém foi removido da rede social na quinta-feira. Autoridades querem manter a tradição cultural para agradar tanto aos foliões quanto quem não aprecia rasgar a fantasia e quer sossego. Nesta história, o que precisa prevalecer é o bom senso e a segurança neste Carnaval.

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