Prefeitura anuncia centro de tecnologia no terreno da Ceagesp

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Foto: Divulgação

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Terreno com mais de 600 mil m² da Ceagesp dará lugar a polo tecnológico

Após anos de discussão, parece que a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo vai de fato sair da Vila Leopoldina e ser transferida para outra área da capital. O terreno dará espaço para o SP CITI – Centro Internacional de Tecnologia e Inovação, até 2020, como foi anunciado pelo prefeito João Doria (PSDB) em uma reunião realizada na quarta-feira (21). “Nós teremos o maior centro de inovação e tecnologia do País, na verdade de toda América do Sul, que será nessa mesma área de 600 mil m². Aqui nós temos representantes do governo federal, governo estadual, prefeitura de São Paulo, setor privado, empresas de tecnologia e ativadores desse sistema de alta tecnologia para os estudos já definitivos para a implantação dessa nova área”, afirma o prefeito.

Questionada sobre o anúncio e sobre a aderência dos permissionários em relação à mudança, a Ceagesp informa que, até o momento, ainda não tem nenhuma informação oficial, e que aguarda o posicionamento do Ministério da Agricultura ao qual o entreposto é subordinado. Na postagem do prefeito, foi possível ver todo tipo de manifestação, com pessoas que lamentam a perda da feira com produtos frescos e preços atrativos, outros que defendem a permanência com melhorias estruturais, e também aqueles que apoiam a mudança. O prefeito anuncia que o terreno também irá abrigar uma Fatec (Faculdade de Tecnologia) e descartou, em março do ano passado, a construção de moradia popular. A gestão anterior, de Fernando Haddad (PT), previa um projeto de urbanização no local, com empreendimentos imobiliários e habitação popular. Um dos maiores impactos para os moradores com a mudança será a retirada dos cerca de 12 mil veículos, entre eles muitos caminhões, que circulam diariamente pela região.

Luís Antônio Pain, presidente da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo, acredita que o prazo de dois anos para a mudança é irreal. “Acho que o prefeito foi infeliz em sua fala, que diz que o mercado não estará mais aqui em 2020. Isso são dois anos. É o tempo que leva apenas para mexer com documentação, licença ambiental. Essa data de 2020 pode esquecer, mesmo se as coisas correrem muito bem, com velocidade. Em menos de cinco anos a Ceagesp não sai daqui. Mas nós sabemos que vai mudar, nós precisamos de um mercado novo. Hoje não dá mais para trabalhar aqui, é ruim para o entorno, para o permissionário, mas estão atropelando muito as coisas. Foram chamadas seis empresas para apresentar um projeto e terreno, mas como vai apresentar um projeto sem ter um terreno? São poucas as áreas disponíveis, em planície, com estudo para o mercado, os caminhões. O único que tem projeto e terreno pronto é o Nesp. O governo tem que achar uma maneira jurídica para resolver junto com pessoal. A maioria dos trabalhadores mora aqui na região oeste ou em Barueri, Osasco. Acho que isso tem que estar na iniciativa privada mesmo, o governo tem que largar mão e só fazer o controle”, afirma.

O Nesp (Novo Entreposto de São Paulo) foi criado por um grupo de empresários do setor de abastecimento como uma alternativa para o comércio de produtos hortifrutigranjeiros na cidade. O empreendimento será em Perus, zona noroeste, próximo ao Rodoanel Mário Covas, Rodovia dos Bandeirantes e Anhanguera, assim como da linha 7- Rubi da CPTM. Ano passado foram encerradas as adesões para sócios, mas é possível a compra de uma ação e o ingresso em uma lista de intenção de locação. A previsão de conclusão do empreendimento é entre 2020 e 2021. Interessados podem entrar em contato através do site (www.nespsa.com.br).

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