Chegamos à última semana que precede às eleições e o clima não poderia estar mais atípico. Diferente de campanhas passadas, a sensação que se tem é uma mistura de apreensão e incredulidade. Parte dos eleitores não poupa esforços para defender o candidato que considera ter mais chances de vencer. Mais do que discutir projetos políticos, a regra do jogo é impedir que o outro lado vença, custe o que custar. Esse posicionamento não poderia estar mais errado. Todos estão cansados da corrupção, dos caciques intocáveis, de pagar muitos impostos e receber pouco em troca. Partidos que tradicionalmente estariam à frente nas pesquisas também parecem apreensivos com a tensão dessas eleições e perdidos com a verba reduzida e regras que diminuem sua exposição.
Se as pesquisas sempre deixam dúvida quanto à sua acuracidade, nos bastidores, membros de diversos partidos parecem concordar, pelo bem ou pelo mal, que estaremos diante de um segundo turno entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. Com tanta vociferação dos eleitores de ambos os lados, o novo chefe do executivo deve ter consciência de que estará sob uma enorme pressão para ser a mudança que o País precisa. E que tudo seja feito com transparência e respeitando o Estado Democrático de Direito.
Nós, na medida do possível, temos tentado acompanhar todos os candidatos que se propuseram a passar por aqui. Independente do partido. Alguns são velhos conhecidos, frequentemente vistos pela Lapa e que de fato contribuem com melhorias na região. Outros são os não menos tradicionais visitantes de campanha, que vemos a cada dois ou quatro anos. Uma parte é claramente composta por forasteiros.
De forma geral, o trabalho da imprensa, ora chamada de golpista, ora de comunista, é prover os instrumentos para auxiliar o eleitor na sua tomada de decisão. É inegável a existência de veículos que, por interesse, oferecem as notícias de forma tendenciosa ou parcial. Mas, se eles existem, é porque também existe público para tal. É fundamental que as pessoas procurem se informar com o maior número de fontes possível, e não apenas naquelas que dizem aquilo que se quer ouvir.
Na próxima semana vamos publicar um suplemento no JG com os candidatos que passaram por aqui e dedicaram uma ou outra fala às questões lapeanas. Com isso, esperamos que você leitor (que também é eleitor), tenha em mãos mais ferramentas na hora de escolher seus candidatos e que o faça por afinidade, por acreditar em seus projetos, e não apenas porque não quer que o outro lado vença.