(Des)organização

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Se locomover por São Paulo é um desafio. Em condições normais, já parece uma corrida de obstáculos, com buracos nas ruas, calçadas quebradas, grande volume de veículos, desrespeito à sinalização, transporte público lotado, entre tantos outros fatores. Com ocorrências extraordinárias como a interdição de um viaduto ou a concentração de pessoas em um mesmo local, fica ainda mais difícil. Por isso é muito importante a organização.

Felizmente o conceito de mobilidade está mudando. Priorizar transportes alternativos como a bicicleta e abrir espaço para pedestres é uma tendência irreversível. Foi o que aconteceu com a Avenida Paulista aos domingos. A principal avenida da cidade passou a ficar aberta para receber pessoas e apresentações culturais, sem o impacto dos veículos.

Esse uso do espaço público é muito bom e contar com atrações de lazer gratuitas em uma cidade em que shows e até uma ida ao cinema ficam cada vez mais caros, é algo bastante positivo. Mas retomamos aqui a importância das coisas serem bem organizadas.

No último domingo (25) foi realizada a 8ª edição do evento Jingle Blues do Centro Cultural Pompeia. A feira comercial e cultural seria apenas mais uma organizada pelo centro, não fosse o fato de que no mesmo dia, local e horário o Centro Universitário São Camilo recebeu a prova do Enade. Estudantes que desconheciam a região tiveram problemas ao optar pelo metrô Barra Funda, onde muitos torcedores se dirigiam ao Allianz Parque para assistir o jogo nos bares do entorno. Quem foi de carro teve que parar antes e passar no meio da feira para chegar ao local da prova.

A organização do evento suspendeu a programação musical em respeito aos estudantes. Mas causa estranheza o desencontro de informações entre os envolvidos. A CET informa que autorizou o bloqueio das ruas. A Subprefeitura da Lapa afirma que não autorizou o evento. A Secretaria Municipal das Subprefeituras afirma que precisa das duas autorizações para a realização de qualquer evento na rua. O Centro Cultural Pompeia, que há anos realiza esse tipo de atividade, deveria providenciar todas as autorizações necessárias. O Centro Universitário São Camilo alega que tomou conhecimento das atrações no dia 22 de novembro, e que em seguida avisou ao Enade. A CET afirma que não foi comunicada pelo centro universitário sobre a realização da prova, por isso autorizou o bloqueio das ruas.

O uso do espaço público para eventos com planejamento é bem-vindo. Mas resta saber se aqui na nossa região eles acontecem sem as devidas autorizações por falta de comunicação, desorganização ou conivência.

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