Metas

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Não sei você, mas eu sempre ouvi a frase “não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”. Falhei algumas vezes em cumprir isso, mas sempre tento me pautar por essa ideia e não deixar as pendências se acumularem. Quando se trata da Prefeitura, esse ditado deveria ser, ao menos, considerado.

Cá estamos, em ano eleitoral, e a gestão realizou durante o mês as audiências públicas para a discussão dos Planos de Ação das Subprefeituras. Os planos são um desdobramento do Plano Diretor Estratégico e continuidade dos Planos Regionais que já estão em discussão desde 2016. É um trabalho importante que, além de prever a participação social, discute demandas territoriais.

Porém, na audiência realizada na terça-feira (18), as propostas apresentadas ficaram bem abaixo do esperado. Isso porque a Lapa tem demandas históricas, passando pela reabertura do Hospital Sorocabana, a construção de habitação de interesse social prevista para o perímetro da Operação Urbana Consorciada Água Branca, entre tantas outras. As ações, que deverão ocorrer ainda este ano, incluem requalificação e instalação de ciclovias e ciclofaixas, disponibilização de Wi-Fi gratuito, inspeção de pontes e viadutos, requalificação de calçadas e a produção de moradias próximas à Ponte dos Remédios.

Parece muito que quem formulou esse plano regional pegou o Plano de Metas atualizado pela gestão de Bruno Covas em abril do ano passado, comparou o que foi feito com o que ainda está pendente e distribuiu entre as 32 subprefeituras as intervenções que seriam mais fáceis de implementar. É positivo ampliar a malha cicloviária e ter Wi-Fi grátis por aqui, mas o plano está longe de se dedicar profundamente às demandas territoriais. Aliás, uma das propostas é colocar a internet sem fio no Parque Leopoldina Orlando Villas-Bôas. Só resta saber se ele também vai ser reaberto para a população ter acesso ao serviço.

Em poucos meses todos os projetos e obras da Prefeitura deverão respeitar a legislação eleitoral. Será que o melhor caminho é cumprir metas sem considerar o que a população mais deseja ou reunir esforços para, dentro das limitações, atender as demandas históricas?

Adaptações são possíveis. Por exemplo, no caso do carnaval que cresceu vertiginosamente nos últimos anos. A Prefeitura não teve opção se não a de se adaptar para os eventos. Por que o empenho não é o mesmo quando se trata de zeladoria ou saúde? Talvez, para agilizar nossos governantes, dessa ou das próximas gestões, seja necessário ter o potencial de mobilização de um bloco. A Prefeitura não poderá deixar para depois.

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