FrangÓ e Veloso que nos perdoem, mas a melhor coxinha de São Paulo é nossa, da Vila Romana. O Vilinha sempre recebeu críticas positivas, entre elas a da Adriane Galisteu que morava na região e compartilhou memórias do estabelecimento em seu blog. “Com moderação, claro que me permito sair da linha de vez em quando e me render a alguns prazeres gastronômicos, mas pra isso, tem que realmente valer a pena. É o caso dos salgadinhos da “Vilinha”, uma rotisserie que faz a melhor coxinha de frango que eu conheço. Antes de falar dessa delícia em si, preciso te contar que esse lugar faz parte da minha infância, porque eu nasci e cresci ali na Lapa, e era vizinha dessa maravilha. Mais que isso, a saudosa dona Sylvia, que começou esse negócio, também era minha professora no colégio. Enquanto dava aula, ela sempre levava bolos e docinhos naquelas festinhas que acontecem em datas especiais. Resultado: todo mundo adorava tanto tudo o que ela preparava, que logo as encomendas começaram a surgir. Quando estava prestes a se aposentar, em 1982, para a nossa sorte, ela resolveu abrir a “Vilinha”. Ali, no mesmo endereço que funciona até hoje (Rua Tito), passou a oferecer delícias herdadas de receitas de sua família, e de seu esposo, o Sr. Hamilton”, conta a apresentadora.
O negócio permaneceu em família e ficou 33 anos na Rua Tito até mudar para um outro imóvel na Rua Marco Aurélio em 2018. Além da coxinha, o Vilinha servia massas, frango assado, tortas e doces variados, porém com tudo isso que está acontecendo, não foi possível manter a loja funcionando. “Infelizmente fechei a Vilinha por tempo indeterminado. Temos nove funcionários e o movimento está muito fraco para permanecer funcionando. Nosso trabalho é basicamente presencial e delivery costumava ocorrer mais durante a noite, mas também caiu muito”, explica Hamilton Junior, que conta que está no processo de fazer a rescisão de contrato dos funcionários, dois deles que estão há 25 anos na Vilinha, para que eles possam acessar o Fundo de Garantia e seguro-desemprego.
Segundo Hamilton Junior, o movimento oscilava, sendo que após alguns anos difíceis, 2019 foi bom. Já 2020 começou bastante atípico, com poucos clientes em janeiro, e a expectativa era que após o carnaval tudo melhorasse, mas aí veio a pandemia. “Pensei muito para tomar essa decisão, afinal o negócio foi fundado pela minha mãe e meu pai, e demorei para ter coragem, mas não podemos pagar para trabalhar”, afirma o proprietário que ainda deixa uma esperança para seus clientes. “Até penso em voltar após essa confusão, mas talvez com outro modelo de negócio. Vamos ver”, completa.
A Junta Comercial do Estado de São Paulo informa que nos primeiros quatro meses de 2020, de janeiro a abril, 9.383 empresas foram encerradas na cidade de São Paulo. Já no mesmo período, 18.113 foram abertas, resultando em um saldo positivo de 8.730 novas empresas instaladas no município.