Vereadores participam de Encontro Lixo Zero São Paulo 2020

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O Encontro Lixo Zero acontece todos os anos em diversas cidades do Brasil

Este ano o “Encontro Lixo Zero São Paulo” ocorreu de forma virtual entre os dias 25 e 29 de maio por conta da necessidade de isolamento social. O período de quarentena impactou a gestão do lixo em São Paulo, sendo que no mês de abril, houve queda de 49% no volume de resíduos recolhidos nas ruas, enquanto a coleta seletiva aumentou 23%, segundo um levantamento da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb). “Saúde, gestão de resíduos e saneamento são questões totalmente interligadas. A urgência de soluções sobre a gestão do lixo ficou ainda mais evidente durante a pandemia”, afirma Flávia Cunha, embaixadora do Instituto Lixo Zero Brasil e sócia da Casa Causa, que são as organizações que promoveram o evento.

Foram realizados cinco painéis e nove rodas de conversa sobre a gestão de resíduos, economia circular e as melhorias necessárias na cidade. O Encontro Lixo Zero acontece todos os anos. “Neste momento, as pessoas estão focadas em saúde e higiene, portanto, mais dispostas a debater sobre a melhor gestão do lixo nas cidades. É uma grande oportunidade para encararmos de frente as causas por trás do sintoma do lixo”, explica Rodrigo Sabatini, presidente do Instituto Lixo Zero Brasil.

Na segunda-feira (25) a abertura do evento contou com a participação de três vereadores que atuam na região da Lapa, Soninha Francine, Eliseu Gabriel e Gilberto Natalini, além de Edson Tomaz de Lima Filho, presidente da Amlurb, que discutiram os caminhos e desafios do lixo zero na cidade.

Eliseu Gabriel falou sobre a dificuldade das pessoas que fazem a separação de recicláveis em suas casas, mas moram em locais fora do trajeto dos caminhões de coleta seletiva e no momento não conseguem levar os materiais aos ecopontos ou mercados. “Houve 23% de aumento do lixo reciclável em cima de 7%, ou seja, aumentou de 7% para 8,5% e o reciclável continua sendo quase nada, uma coisa ridícula perto de outros países, não dá para se contentar com essa quantia. Isso porque a Prefeitura não tem vontade, o contrato com as empresas que fazem o recolhimento de lixo não dá a devida atenção para a questão do lixo reciclável. Precisa de mais ecopontos abertos o tempo todo para receber esse material e educação, que é um processo fundamental para que as pessoas entendam desde a escola a importância disso”, afirma.

A fala do vereador foi complementada pelo presidente da Amlurb Edson Tomaz de Lima Filho, que explicou que as pessoas precisam se informar do dia e hora que o caminhão de coleta seletiva passa, caso contrário a coleta de resíduo orgânico vai levar os materiais recicláveis junto com os orgânicos porque não pode deixar o lixo na rua.

Natalini falou sobre a responsabilidade que cada ente da sociedade deve ter em relação ao lixo que produz. “São Paulo precisa dar um salto civilizatório no tratamento de resíduos. No Brasil 60% da população joga resíduos em lixões. São Paulo tem aterros organizados, apesar de custar muito caro para a cidade, já que são cerca de 17 a 20 mil toneladas por dia. O poder público, empresários e cidadãos precisam ter mais responsabilidade com a produção do seu lixo. Não adianta colocar na porta de casa e falar agora é problema da Prefeitura”, disse.

Soninha falou sobre sua experiência como subprefeita da Lapa, quando teve que lidar com os problemas de pontos viciados de descarte irregular. “Em comunidades temos o problema dos pontos viciados, embora isso exista em Perdizes também. Onde tiver uma esquina mal iluminada, vemos as pessoas que reformam seu apartamento em condomínios de alto padrão cujo entulho vai parar na rua. Nas comunidades onde a coleta do lixo domiciliar é mais difícil, com vielas, becos e escadarias, acontece mais, mas já melhorou. Quando eu estava na subprefeitura (da Lapa) tínhamos a ideia de aumentar o número de coletores, mas percebemos que não adianta porque se colocar cinco contêineres vai precisar de dez. Precisa fazer com que o morador atue. Esse tipo de intervenção com participação do munícipe é sempre a mais bem sucedida”, afirma a vereadora.

A programação que está disponível da internet também abordou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o papel das cooperativas e dos catadores autônomos no sistema de reciclagem, além dos desafios no desenvolvimento das cooperativas e fragilidades evidenciadas durante a pandemia, logística reversa, novas tecnologias em busca de cidades lixo zero, reciclagem e reaproveitamento de bitucas de cigarro, vidros e descartes da indústria têxtil, embalagens sustentáveis, o papel das pessoas e das marcas, consumo consciente e o futuro do resíduo orgânico.

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