Novo ciclo

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Falar em um novo ciclo quando nem podemos dizer que encerramos o que foi o trágico ano que passou é difícil. Mas as coisas estão acontecendo. Nessa semana teve o início da gestão do novo subprefeito da Lapa, Caio Luz, que promete aproveitar a experiência que teve em duas subprefeituras para coordenar a Lapa. Luz esteve à frente da administração regional do Ipiranga, bairro que concentra moradores de alto poder aquisitivo e também a maior comunidade da cidade que é Heliópolis, e depois logo no início da pandemia da Vila Prudente, outra região com perfis variados e demandas complexas. Em entrevista ao JG essa semana ele falou sobre assumir um cargo novo bem no começo da crise sanitária, quando ninguém sabia ao certo como lidar e continuar a rotina diante de tanto caos. Aos poucos, a cidade teve que ir se adaptando ao “novo normal”.

Temos que nos empenhar, e isso inclui todos nós, sociedade civil, poder público e iniciativa privada, para que o “novo normal” seja algo transitório e não permanente. Embora não há nada de normal em saber que mais de 3 mil vidas foram perdidas em um período de 24 horas, somando mais de 300 mil mortes em todo o país, é urgente que todos contribuam para tentar controlar esse cenário terrível que terá consequências que vão levar muito tempo para serem revertidas, por exemplo, o impacto da educação de crianças que deveriam estar em fase de alfabetização e os comércios que vão fechar as portar e não vão conseguir reabrir.

Esse “novo normal” que deve ser encerrado o quanto antes também está sendo marcado pelo aumento da desigualdade e da fome. Com a alta dos alimentos e queda na renda, muitas pessoas estão com dificuldade para adquirir algo básico para sua existência. Com o apelo do prefeito da cidade de Aparecida, os permissionários da Ceagesp se mobilizaram para doar cerca de 200 toneladas de alimentos para a população da cidade que depende majoritariamente do turismo. Uma boa atitude, assim como a de outras empresas que resolveram adaptar sua produção para ações de apoio ao poder público, como fornecer oxigênio.

Um dos grandes problemas é que a mobilização, seja das pessoas, do poder público ou das empresas, só ocorre quando a situação já é grave. Com um pouco de planejamento as respostas poderiam ser mais rápidas e sem o desespero que se instaura quando nos aproximamos do fim dos recursos e da falta de estoque.

Que o “novo normal” acabe, que a pandemia termine e que após tudo isso não voltemos ao que éramos antes, mas que a gente consiga formar uma sociedade melhor, mais organizada e unida.

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