Seremos vistos, julgados, compreendidos, apoiados ou criticados por nossas ações e palavras. O mesmo vale para empresas e governos. Hoje, apenas um discurso bonito não é suficiente por si. Temos a facilidade de confrontar o que é dito e de falar com outras pessoas sobre o assunto. E promessas não podem ser feitas por formalidade. Na época da conectividade tudo é registrado.
Por falar em conectividade, à parte das críticas do compartilhamento de informações falsas e alienação, ela tem sido fundamental para que possamos continuar nossas atividades e não ficarmos isolados do que acontece. Ela permite que a comunicação aconteça e isso é fundamental.
Trazer informações de fontes oficiais é a base do jornalismo e foi isso que tentamos fazer essa semana ao realizar um webinar junto com a Sabesp. Com a implementação de um projeto que gerou dúvidas e levantou questionamentos, nada melhor do que trazer os responsáveis para falar sobre ele. Não adianta especular sobre um possível impacto que ainda não se concretizou, mas acreditar que existem sim boas práticas a serem seguidas e tudo aquilo que é feito pensando no meio ambiente e no futuro de todos nós, é o melhor caminho a seguir. Estar aberto ao diálogo é um grande avanço.
Infelizmente o mesmo não pode ser dito em relação ao que vimos na Câmara com a votação, talvez afobada, da revisão da lei da Operação Urbana Água Branca. Afobada não por não ser urgente o andamento da operação, mas por ter ignorado quem mais será impactado por ela e não ter seguido a orientação do Ministério Público de que uma audiência pública, divulgada com antecedência, deveria ter sido realizada.
Parte dos vereadores que se posicionaram contra a revisão, acabou votando favoravelmente após adaptações no texto que, em tese, tornam a revisão um pouco mais benéfica. Voltamos à questão da promessa, pois essa revisão promete tornar viável o andamento da operação, mas como acreditar nisso se nem as obras que já têm recursos estão avançando? Será que finalmente no próximo ano teremos as moradias prometidas e o fim dos alagamentos na Pompeia? Difícil de acreditar.
É sintomática essa pressa para revisar uma lei que foi amplamente discutida na sua criação em um ano em que também está prevista a revisão intermediária do Plano Diretor Estratégico. O PDE é o principal instrumento que temos para garantir qualidade de vida nos bairros, diversidade, e evitar o crescimento desordenado com prejuízos ambientais e sociais.
Precisamos prestar atenção nas palavras e ações de quem toma as decisões e nos manifestar sempre que tentarem nos deixar de fora da conversa.