Fernanda Galdino, subprefeita da Lapa, participou de uma reunião com moradores e representantes de associações da Vila Leopoldina na quarta-feira (4).
O principal tema do encontro foi a necessidade de reforço dos serviços de zeladoria como forma de trazer mais qualidade e segurança para a região, principalmente na Avenida Doutor Gastão Vidigal, onde há grande presença de pessoas em situação de rua. “Entendemos que precisa humanizar o atendimento nos equipamentos disponíveis, mas sentimos falta das operações semanais que eram realizadas aqui, quando ocorria uma ação integrada da Prefeitura, GCM e PM com retirada de ocupações irregulares. Com a suspensão dessas operações vimos um aumento das ocupações, inclusive com estruturas maiores do que barracas”, disse Carlos Alexandre de Oliveira, da Associação Viva Leopoldina (AVL).
Outra moradora citou o consumo de drogas na região e o descarte irregular de lixo, cobertores e restos de alimentos que atraem ratos. “É uma questão de saúde pública e segurança. Temos uma ciclovia ali e não podemos levar as crianças. Precisamos contratar seguranças particulares para ficar nas ruas porque os carros eram roubados ou furtados”, relatou. As associações afirmam que já chegaram a gastar R$ 40 mil por mês com serviços de segurança e obtiveram bons resultados nos trechos com iluminação e patrulhas constantes.
Fernanda Galdino disse que entende a preocupação dos moradores e que pretende retomar as operações. “É uma situação muito complexa e sabemos do trabalho que temos pela frente. Estamos falando de vidas então temos que ter cuidado. Entendo a solicitação de vocês, que têm direitos, pagam impostos e querem transitar no bairro. Isso é justo. Já estamos criando um comitê de governo local envolvendo a assistência social, GCM e PM para tratar essa demanda não só na Gastão Vidigal, mas em toda a região. Como tivemos a Operação Baixas Temperaturas não fazia sentido mobilizar o comitê naquele momento, mas vamos retomar isso”, afirmou Fernanda Galdino. “Não faz sentido brigar por políticas públicas, como é o caso das ciclovias, e não poder usufruir dessas estruturas. Vamos retomar as operações e solicitar apoio para que a gente tenha uma base fixa de segurança na avenida por um período”, completou.
O Delegado Marcelo Monteiro do 91º DP falou do impacto positivo que a zeladoria teve para a segurança na área do Mercado Municipal, no Centro da cidade, em operações que ele acompanhou. “Os comerciantes de lá tinham as mesmas falas que ouvimos aqui. Bastou realizar uma lavagem extra por dia na região e pintar guias que começamos a ter resultados em sete meses. São ações sutis que fazem a diferença. Podemos não eliminar os problemas, mas é possível minimizar o impacto”, disse.
Foram definidas três demandas dos moradores ao final da reunião, a primeira é que voltem as operações integradas de zeladoria, que o Atende trabalhe com portas abertas para se tornar mais atrativo para as pessoas em situação de rua e que as igrejas, ONGs e entidades que distribuem refeições o façam dentro da estrutura do Atende.