Típico da época de chuvas, diversas quedas de árvores foram registradas durante a semana. Entre as ocorrências estiveram a Rua Coriolano, na Vila Romana, com uma árvore que caiu sobre imóveis, a Avenida Mercedes, Rua dos Aliados, Rua Tomé de Souza, Praça John Lennon, Rua Tripoli e ao menos quatro quedas de árvores na Rua Barão da Passagem. Segundo a Subprefeitura Lapa, de janeiro a novembro de 2021, cerca de 2.629 árvores foram podadas somente na região, sendo 151.346 em toda a cidade.
Muitos moradores tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompido no Alto da Lapa. “Estamos sem energia elétrica desde as 17h do dia 18 (terça-feira). Pelo Código do Consumidor, artigo 14, a Enel tem um prazo de restabelecer o fornecimento em no máximo quatro horas. Estamos prestes a completar 56 horas sem energia elétrica. Além da coleção de protocolos. Sem nenhuma explicação e previsão confiável do restabelecimento. Sendo que não tivemos queda de árvores nas proximidades dessas ruas (Piraí e Carapuruí). É um descaso muito grande com os moradores”, relata Marco Vessoni. O morador conta que a energia só foi religada às 11h de sexta-feira (21), 66 horas após a interrupção do fornecimento.
A Vila Leopoldina também foi fortemente afetada com a interrupção do fornecimento de energia na quarta-feira (19) por causa da queda de uma árvore na Marginal Pinheiros que derrubou sete postes e atingiu dois carros, um deles que havia saído da Ceagesp. Comerciantes relatam prejuízos após ficarem sem energia por mais de 15h.
Também foram registrados diversos alagamentos. Um deles no canteiro de obras da futura estação Sesc Pompeia da Linha 4 – Laranja do metrô. O local tem histórico de enchentes que poderiam ser evitadas com o término das obras de drenagem previstas na Operação Urbana Consorciada Água Branca (OUCAB). Questionada, a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos (STM) informa que o Governo e Prefeitura estão em tratativas para equacionar a questão dos alagamentos antes do início da operação da linha.
A Associação Viva Leopoldina (AVL) se pronunciou sobre os também recorrentes alagamentos na Avenida Mofarrej. “Tem um projeto de drenagem na secretaria há muito tempo. Precisa sair do papel. Resolver a questão dos alagamentos na região deveria ser a prioridade número 1 da Prefeitura, uma vez que temos a Ceagesp que abastece a cidade inteira, além de toda uma população carente das comunidades que é duramente afetada no período de chuvas”, declarou Umberto de Campos Sarti, presidente da Associação Viva Leopoldina. “A Prefeitura dedicou tempo precioso, durante os últimos cinco anos ao PIU (Projeto de Intervenção Urbana), que atende interesses de grupos particulares, e dedicou zero esforço à questão dos alagamentos. Entra prefeito e sai prefeito, mas todo um bairro continua ameaçado por essa grave questão, que além de ameaçar substancialmente o abastecimento de alimentos da cidade, também penaliza a população pobre da região, que vive no entorno das marginais”, afirma Carlos Alexandre de Oliveira, diretor de Relações de Governo da AVL.
A entidade também criticou o fato de equipes da Enel terem sido vistas trabalhando na instalação de um novo prédio, enquanto diversas ruas estavam sem energia.