O Teatro Cacilda Becker (Rua Tito, 295) será palco da Mostra Internacional de Formas Animadas, entre 30/09 e 12/10. A programação promove a diversidade do teatro de formas animadas enquanto prioriza a qualidade artística, inovação, tradição e os históricos dos artistas e coletivos. As apresentações incluem espetáculos brasileiros de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Ceará, além de trabalhos da Itália e Argentina.
A exposição é idealizada pelo Centro de Referências das Formas Animadas, um espaço que se propõe a fomentar e fortalecer pesquisas brasileiras, além de potencializar o intercâmbio cultural e intelectual entre outros países que pesquisam o Teatro de Bonecos. Com este festival, buscam expandir esse segmento artístico para o país, de modo a incentivar diferentes formas de arte e formação cultural.
Confira a programação:
A Ilha do Tesouro
O Que De Que – Brasil
Em um solo com bonecos a Cia conta A Ilha do Tesouro, uma história cuja trama de aventura remete aos contos de heróis e suas provações, mas aqui nosso protagonista é Jim, um jovem, com cerca de 11 anos. Esse corajoso aventureiro conhece um velho lobo do mar, ganha um mapa do tesouro, singra os mares dentro de um enorme navio, enfrenta piratas, vence os perigos de uma ilha deserta, encontra um fantasma e por fim, descobre o seu tesouro.
Quando? Sexta: 30/09 às 21h.
Bonecos, Ritmos e Músicas
Cia Bonecos Urbanos – Brasil
Cia. Bonecos Urbanos pretende mostrar através de um espetáculo interativo, personagens do dia a dia de uma metrópole. Trabalhando com duas linguagens: A Lúdica e a Educativa, juntando ambas para mostrar a diversidade instaurada nas grandes cidades, e as diferenças culturais de habitantes vindos das diversas regiões do Brasil. O espetáculo é totalmente musical e interativo, a trilha varia de ritmos modernos até a tradicional “Moda de Viola”.
Quando? Sábado: 01/10 às 16h.
Preludes
Teatro de Bonecos La Capra Ballerina – Itália
Um quarto sem paredes, uma cama nua e uma tigela de água no palco. Uma mulher doente, um pato fantoche, uma máscara mortuária. Ao encarnar a morte e narrar a história do pato, a doente pode aceitar o seu anunciado fim de vida.
Quando? Sábado: 01/10 às 21h.
Elisa e os Cisnes Selvagens
Teatro Por Um Triz – Brasil
Na história, 12 irmãos (11 príncipes e 1 princesa) são expulsos de seu reino por uma madrasta má. Os meninos sofrem uma maldição da madrasta, que faz com que eles se transformem em cisnes durante o dia e só voltem à forma humana à noite, por isso são obrigados a migrar, como todas as aves migratórias. Elisa, a irmã, é forçada a trabalhar na casa de camponeses. Quando crescem, os irmãos se reencontram. Elisa migra com seus irmãos para outro reino e lá, apesar de despertar o amor do rei, é rejeitada pela população local e pelo Primeiro Ministro, que veem nela uma ameaça ao status quo daquela sociedade. Com perseverança, Elisa consegue descobrir uma forma de salvar os irmãos do terrível feitiço, e ao final da história, ela e seus irmãos conquistam o respeito da população daquele reino provocando mudanças significativas naquela sociedade. O espetáculo começa num espaço repleto de caixas de mudança. Duas mulheres, que estão sendo obrigadas a deixar aquele lugar, enquanto separam seus pertences, caixas e livros, mergulham na história de Elisa e, vivenciando a história, sentem-se mais fortalecidas a enfrentarem a situação e lutarem também por uma transformação. Elisa é uma princesa que enfrenta diversos desafios, como salvar seus irmãos de uma maldição, sofrer um desterro e encarar o preconceito de um povo que não a aceita por ser diferente. O grupo encontrou no conto a possibilidade de abordar com as crianças questões como a intolerância e a importância do respeito e aceitação do diferente. A encenação utiliza a linguagem do Teatro de Papel, explorando técnicas como pop-up, bonecos bi e tridimensionais, origami, kirigami, sombras, etc, pesquisando as diversas possibilidades que o papel oferece.
Quando? Domingo: 02/10 às 16h.
Pra Lá de Teerã
Grupo Sobrevento – Brasil
O novo espetáculo do Sobrevento nasce de uma pesquisa sobre a Cultura Persa e os pontos de intersecção dela com a nossa própria Cultura. Mobarak é o personagem principal da peça. O seu nome vem do árabe Mubarak, e significa abençoado ou bendito (em latim, Benedictus). Curiosamente, Benedito é o nome do personagem principal de muitos brinquedos populares de bonecos no Nordeste do país. Ambos são negros e pobres, empregados ou servos e é com eles que nos identificamos. É o nosso herói, mesmo com todas as suas vicissitudes. No Teatro de Bonecos iraniano tradicional, o Mobarak costuma valer-se da ‘lingueta”, pequeno apito artesanal que produz um som agudo e característico, colocado pelo manipulador dentro da boca. Tal recurso, frequente no teatro de fantoches europeu e mesmo asiático, foi abandonado no Brasil, apesar de ser encontrado em números de ambulantes em feiras e praças, celebrizado pelo número “o saco de gatos”. Tanto no Kheimeh-shab-baz como no Mamulengo, encontramos a figura do narrador, posicionado à vista do público, fora do palco dos bonecos. Os bonecos dialogam com ele e até lhe devem (ou lhe deveriam) respeito e uma certa obediência. Mas os bonecos são – e sempre serão – os guardiões da liberdade! Em um tempo de muito pragmatismo, economicismo e dureza, em que à Cultura são negados a merecida importância e o devido valor, o Sobrevento traz a Pérsia ao Brasil, para discutir – com muita leveza e bom humor – o papel do artista na sociedade e o lugar do Teatro no mundo.
Quando? Domingo: 02/10 às 19h
Desmonte
Grupo Girino – Brasil
“Desmonte” é inspirado nos rompimentos de barragens da mineração nas cidades mineiras de Brumadinho e Mariana. A peça denuncia os desmontes praticados pela política predatória das mineradoras, propondo uma resistência necessária contra o esquecimento desses crimes.
Quando? Sexta: 07/10 às 21h.
O Menino Feio
Cia De Teatro Caricaturas – Brasil
O Menino Feio é um espetáculo com bonecos, que narra a história e os conflitos de um garoto muito esperto, filho de um sapateiro que adorava contar histórias. O menino cresceu e decidiu dar asas a sua imaginação, virou o grande escritor Hans Christian Andersen. Andersen é figura central da peça, a encenação é conduzida por um ator-manipulador dos bonecos que vivem os personagens de suas histórias. As histórias abordam temas pertinentes ao universo da criança: medo, solidariedade, honestidade, autoestima, amor e liberdade. A peça faz também um alerta contra o preconceito bullying.
Quando? Sábado: 08/10 às 16h.
O Princípio do Espanto
Grupo Morpheus Teatro – Brasil
Um boneco pensa conduzir os objetos e a vida à sua frente, mas nada sabe sobre o que está por detrás de si mesmo, nada sabe sobre o homem que é responsável por seu mais simples movimento. Um homem crê controlar o boneco que construiu, mas compartilha com este a ignorância do que está por trás de si próprio. Criador e criatura em uma relação sem palavras. O Princípio do Espanto acaba por se tornar um discurso sobre a metafísica. Impossível ao espectador não se pensar em uma das duas posições, a de manipulador ou a de manipulado, não tomar consciência do jogo de ilusões em que frequentemente se envolve no mundo real, não se lembrar de sua própria revolta ao percebê-lo.
Quando? Sábado: 08/10 às 21h.
Histórias de Meia Sola
Fernan Cardama – Argentina
Há sapatos, pequenos, grandes, pretos, corajosos, apaixonados, otimistas, solidários, contos de fadas… Não são todos iguais, cada sapato tem seu aroma, sua música… sua história. Aquiles Petruchelli, sapateiro, sabe disso e está determinado a compartilhá-lo. Portanto, se você for à sua oficina, verá que lá não apenas os sapatos são consertados, mas também as histórias são contadas. Da oficina “A felicidade dos pés”, Aquiles oferece-nos a sua forma de ver a vida e deixa-nos com meias solas e um novo sorriso. “Histórias de media sole” é um espetáculo de objetos e atuações onde pequenas histórias e uma versão de Chapeuzinho Vermelho se sucedem, representadas com sapatos. Ele diz “Aquiles Petruchelli “…Você conhece as histórias de cima, dos personagens…eu os conheço de baixo, de seus sapatos”, e então ele nos mostra sapatos apaixonados que dançam tango, botas, salvador, sandálias, patas de sapo, barcos de palhaço…
Quando? Domingo: 09/10 às 16h.
Folia Brasileira
Teatro de Mamulengo do Mestre Valdeck de Garanhuns – Brasil
Folia Brasileira é um espetáculo literalmente popular, onde vários aspectos da nossa cultura se descortinam para a plateia através do teatro de mamulengo. A história se passa na fazenda de seu Vicente Pompeu que está realizando uma bela quermesse para ajudar a Associação dos Agricultores Orgânicos e comemorar o noivado de seus afilhados Simão e Marieta. A festa, além das barracas de arte local e da comida regional, terá uma mostra de folguedos e danças da nossa cultura popular. Para organizar a folia, ele manda chamar Simão de Lima Condessa, que é o noivo e seu braço direito. Simão fica encarregado de tudo, desde a culinária até a parte artística do evento, e para isso conta com a ajuda de sua companheira Marieta e alguns amigos. Simão começa os preparativos, mas é interrompido por um empresário gringo que quer modificar o esquema da festa com mediocridades da mídia. Com muita astúcia e ajuda da plateia, Simão resolve os problemas e consegue realizar a festa, com atrações autênticas e tradicionais da nossa cultura popular. Durante a brincadeira se apresentam: maracatu, reisado, coco, bumba meu boi de Pernambuco e do Maranhão, frevo, e Zé de Duda, o maior sanfoneiro do mundo.
Quando? Domingo: 09/10 às 19h.
Primeira Mostra Periférica de Audiovisual REComunidade
O teatro também recebeu, na quarta-feira (28), a apresentação de um clipe produzido por um coletivo da comunidade São Remo. O projeto, chamado REComunidade teve a produção artística e executiva de 10 artistas da região. Cerca de 200 pessoas estiveram no evento e, quando questionados sobre quantas delas já haviam pisado em um teatro antes, apenas três levantaram a mão. As políticas de fomento da Secretaria Municipal da Cultura têm como objetivo tornar a arte e cultura acessíveis para as mais diversas regiões da cidade.