Enquanto a prefeitura abre 2023 organizando novos encontros públicos no âmbito da revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE), principal instrumento de planejamento urbano da cidade, na região da Subprefeitura Lapa o ano começa com intensa movimentação nos Distritos Lapa e Leopoldina, justamente no campo dos temas urbanísticos.
Com a posse do novo Executivo Federal e Estadual, a questão da privatização e mudança da Ceagesp da Vila Leopoldina, que ganhou espaço no governo João Dória e acabou caindo no esquecimento durante a pandemia e o processo eleitoral, volta à baila.
Logo ao assumir o governo do Estado de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas já se posiciona de forma favorável à transferência do maior entreposto da América Latina para um local próximo ao Rodoanel Mário Covas. Por sua vez, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, que fez questão de visitar a Ceagesp poucos dias após ser nomeado, diz enfaticamente não ver motivos para que o entreposto seja privatizado, já que é uma empresa altamente lucrativa.
Toda essa discussão promete, abrindo espaço para que a população do entorno – que será fortemente afetada pela alteração de endereço – também se posicione a respeito dos prós e contras de dar um destino urbanisticamente mais moderno ao terreno de 700 mil metros quadrados que hoje abriga a Companhia de Armazéns Gerais.
Não menos importante – e polêmico -, principalmente nesta época de chuvas e alagamentos, o projeto da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (SIURB) que contempla a construção de piscinões nas praças São Crispim e Rio dos Campos, na Lapa, também vai mexer com o cenário urbano da região. Pelo menos é essa a expectativa dos membros do Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – CADES – Lapa, que são contrários à solução dos reservatórios de grande porte por demandarem obras de longo prazo e implicarem na retirada de um grande número de árvores adultas.
Embora a SIURB argumente não ser possível, o conselho discute a ideia de se apostar em vários reservatórios menores, que não causem impacto nas áreas verdes, para conter as águas dos córregos Água Preta e Sumaré.
Esses assuntos, que causam transformações importante na área urbana, devem ser levados muito a sério pela população do bairro, que precisa urgentemente se informar, acompanhar e dar sua contribuição no sentido de garantir que a Lapa seja, cada vez mais, um lugar bom para se viver e trabalhar.