Saúde pública: hora do balanço geral

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Os preparativos para a 21ª Conferencia Municipal de Saúde, que acontece no final do mês de abril, nos remete a fazer um balanço dos avanços e retrocessos do sistema público na região da Subprefeitura Lapa.

O fechamento, em 2010, do Hospital Sorocabana – que durante décadas foi referência no atendimento à população da Lapa e região – representou, sem dúvida, a grande perda em termos de equipamento do Sistema Único de Saúde (SUS). De lá para cá, inexplicavelmente, nem o governo do Estado de São Paulo, nem a prefeitura foram capazes de articular a reabertura do hospital, privando a população de atendimentos como cirurgias de maior porte e, até mesmo, partos. Recolocar o Sorocabana em funcionamento significaria dar, não apenas aos moradores da Lapa e entorno, mas à cidade como um todo no mínimo 200 novos leitos hospitalares, o que, certamente, faz diferença em termos de atendimento no município.

Se ainda não podemos contar com um hospital geral completo, é preciso admitir, no entanto, que ao longo das últimas décadas a região foi sendo dotada de outras importantes estruturas médico-ambulatoriais, entre elas a AMA Sorocabana 24 Horas (gestão Kassab), Rede Hora Certa Lapa (gestão Haddad), CAPS AD (gestão Covas) e, mais recentemente, no governo do atual prefeito Ricardo Nunes, o início da construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em substituição ao Pronto Socorro da Lapa.

Uma vez que podemos contar com uma diversidade de equipamentos públicos, a questão chave – destacada, no último dia 11, durante a Pré-Conferência de Saúde Lapa-Pinheiros – é como garantir a qualidade dos serviços, seja no tocante à gestão dos recursos humanos ou de infraestrutura dos equipamentos. Nesse sentido, como deixou claro o último encontro preparatório para a conferência municipal, é imprescindível trabalharmos no fortalecimento dos conselhos gestores e da participação comunitária em cada equipamento de saúde ligado ao setor público.

Vale ressaltar que, no âmbito dos conselhos, o diálogo entre usuários, gestores e funcionários das unidades do SUS deveria facilitar o enfrentamento de problemas e a apresentação de soluções, visando ao fortalecimento do próprio Sistema Único de Saúde.

É sempre bom lembrar que, durante a pandemia de Covid-19, o SUS foi colocado à prova e, ao final, mostrou vigor. Sem ele, quantas vidas não teriam sido perdidas? Assim, quando a saúde pública do município está reunida para balanço, reforçar a importância de mantermos um sistema único maduro e eficaz nunca é demais.

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