Dois anos depois de ser aprovado em primeira discussão na Câmara Municipal, o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Leopoldina dá sinais de que, finalmente, seguirá para uma última e conclusiva votação no Legislativo, o que deve acontecer no início do segundo semestre.
E isso só está sendo possível porque, apenas agora, se conseguiu o que é esperado de uma sociedade verdadeiramente democrática: que houvesse o diálogo aberto entre as partes – sem que nenhuma delas pressionasse para fazer valer o seu direito – na busca do consenso. “Já que temos um acordo, vamos apresentar o documento conjunto que foi assinado na Comissão de Política Urbana e lutar para convencer os vereadores a aprovar o PIU rapidamente”, afirmou o vereador Fábio Riva (PSDB) ao final da Audiência Pública realizada no sábado, 13, aqui no bairro, para discutir a revisão do Plano Diretor e na qual Votorantim, Associação Viva Leopoldina (AVL) e representantes dos moradores das comunidades da região – as três partes interessadas no PIU – deram-se as mãos em favor do projeto.
Instrumento fundamental para promover o desenvolvimento sustentável da Vila Leopoldina, uma região que cresceu com a construção de grandes galpões industriais tendo a Ceagesp como ponto focal e hoje tornou-se uma área de contraste imobiliário, na qual se vê edifícios de alto padrão ao lado das antigas favelas do Nove, Linha e do Cingapura Madeirite, o PIU tem como desafio fazer com que essas duas realidades sociais convivam em harmonia.
Para tanto, acordou-se que as habitações de interesse social (HIS), que acomodarão os moradores das três comunidades, serão construídas apenas no terreno da Votorantim – mais próximo de onde já se encontram as favelas -, sem contemplar também um outro terreno público localizado na Avenida Imperatriz Leopoldina, vizinho aos condomínios clube que surgiram na região, como o plano previa anteriormente.
Dessa forma, todos os interesses parecem ter sido acomodados: a população das comunidades ganha moradia digna sem sair do bairro em que já vive há anos e os moradores dos condomínios não terão o valor de seus imóveis depreciados pela construção de habitações populares ao lado de seus muros.
É assim, com o diálogo maduro e visando sempre o bem comum, que teremos um bairro cada vez melhor para se viver. Pois, como defendem estudiosos e urbanistas, quanto mais diversa uma região é, mais os seus moradores ganham. A diversidade traz pluralidade de ideias, ínsita a criatividade, permite explorar novas possibilidades. E é com isso em mente que teremos uma Leopoldina antenada com a realidade do século 21.