Em plena era do desenvolvimento sustentável, em que a população mundial luta para preservar o planeta, a cena protagonizada esta semana no Pelezão, por um grupo de crianças acolhidas nos diversos Centros de Referência da Criança e do Adolescente (CCAs) existentes na região, emociona tanto pela singeleza quanto pela magnitude do gesto. Em um início de tarde ensolarado, pudemos ver rostos infantis repletos de alegria abrir-se em largos sorrisos apenas por ter nas mãos pequenas pás, com as quais cumpriam a missão de plantar árvores ao longo da trilha de caminhada do clube.
A iniciativa, promovida pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – CADES Lapa em conjunto com o 241° Grupo Escoteiro Quarupe, unia dois objetivos: comemorar os 33 anos de existência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e incutir nos pequeninos a importância de cuidar do meio ambiente como forma de manter vivo o nosso planeta já tão judiado.
Talvez sem ter, ainda, a exata medida da importância do trabalho que faziam, muitos perguntavam, curiosos, que árvores eram aquelas e quando iriam dar frutos. Em suas mentes infantis, provavelmente o gesto de contribuir com a saúde do planeta não tenha ganho a devida importância, que, mais tarde, certamente irão perceber.
Mas para nós, adultos, que teremos como missão deixar para as gerações futuras o legado da sobrevivência da espécie humana, esse simples encontro das crianças com a natureza se enche de significado. O maior deles é que cabe a nós defendermos e respeitarmos os direitos de nossas crianças e adolescentes, semeando o amor, a paz, dando educação, saúde e abraçando a missão de torná-los indivíduos que irão passar adiante as boas lições aprendidas com o exemplo recebido em casa ou na escola.
E quando a preocupação em formar cidadãos ‘do bem’ se reveste de emprenho verdadeiro e vem aliada a uma educação voltada para a sustentabilidade, essa missão se completa. Pois de nada adianta cumprirmos nosso papel de pais, responsáveis e educadores segundo os preceitos determinados no ECA se nossos filhos e netos não aprenderem que a sobrevivência deles depende, cada vez mais, de uma consciência sustentável. Sem isso, simplesmente não haverá um planeta onde eles possam viver e perpetuar suas famílias. E, portanto, não fará sentido nem mesmo falar em respeito humano ou em direitos das crianças e adolescentes. Não teremos nada que comemorar!