Loteamento ineficiente

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Desde que iniciei meu trabalho aqui no Jornal da Gente, em janeiro de 2023, vi o comando da Subprefeitura Lapa mudar de mãos quatro vezes, sendo a última no início da semana passada, quando Ana Carolina Lafemina assumiu o cargo de subprefeita no lugar de Luiz Carlos Smith Pepe. Com a exoneração de Pepe, a gestão Ricardo Nunes troca pela quinta vez a chefia da nossa subprefeitura.

A troca recorrente de comando na Sub Lapa preocupa por motivos óbvios: a cada novo subprefeito indicado, apesar de o prefeito continuar o mesmo, a rotina da gestão na região é quebrada e o resultado disso é que todo o trabalho de zeladoria, fiscalização e planejamento de obras que vinha sendo realizado, invariavelmente, segue outra diretriz. E a minha experiência como jornalista e moradora da Leopoldina há 25 anos mostra que essas mudanças de diretrizes normalmente não beneficiam a todos nós que pagamos impostos e dependemos dos serviços públicos, mas quase sempre significam atraso no cronograma de serviços – ou seja, praças com mato alto, bueiros e calçadas com lixo acumulado e árvores sem podar.

Outro motivo de preocupação no modelo de gestão não apenas da Sub Lapa, mas das demais 31 subprefeituras da cidade, é que ele, pelo menos até hoje, tem sido marcado pela troca de favores entre o Executivo e o Legislativo, baseada no apadrinhamento político. Assim, os vereadores se mobilizam para conseguir indicar seus conhecidos nas regiões em que têm influência e o prefeito chancela a escolha, também antevendo favores na forma de apoio para aprovar projetos de lei.

Nesse jogo político de toma lá dá cá, a nossa Sub Lapa tem sido um dos alvos mais concorridos, já que abrange uma área que cada vez mais chama a atenção dos vereadores pelo potencial de desenvolvimento que representa. E é justamente por isso que a queda de braços na sede da Rua Guaicurus, 1.000 é mais acirrada, resultando na troca contínua de cadeiras que temos presenciado  já há algum tempo.

A regra de apadrinhamento nos quadros das subprefeituras existe desde que o formato de gestão descentralizada foi implantado, na gestão da prefeita Marta Suplicy, em 2002. Mas, como se vê, ela não tem se mostrado eficiente, e, o que é pior, representa uma falta de ética e de abuso do poder político já institucionalizados no Executivo e no Legislativo municipais. É preciso, portanto, que nós, eleitores, denunciemos esse esquema e lutemos para que o preenchimento de cargos nas subprefeituras seja feito de forma mais limpa e democrática. Esse será, sem dúvida, um passo fundamental para melhorar os serviços que, nós, cidadãos, recebemos do poder público.

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