Saúde delicada

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Planejamento parece ser a palavra de ordem que irá definir o bom ou o mau andamento das obras de reforma e ampliação do nosso Hospital Sorocabana daqui para a frente. Isso pode soar como algo redundante – pois toda obra, por menor que seja, requer um bom planejamento. Só que no caso desta em especial será preciso reforçar a questão. E isso porque as obras do hospital, iniciadas no segundo semestre do ano passado, estão avançando, sim, mas esse avanço agora vem deixando um rastro de poeira e barulho insuportável para os funcionários e pacientes dos demais equipamentos que continuam funcionando no local, como a AMA 24 Horas e o Hospital Dia, além dos leitos de emergência para casos de Covid 19.

De acordo com os integrantes do Conselho Gestor do Sorocabana, os relatos das equipes médica, de enfermagem e administrativa é de que está praticamente impossível realizar os atendimentos nessas condições. Mas, segundo o cronograma de obras apresentado pela empresa responsável, somente em dezembro as alas anexas ao hospital em funcionamento serão interditadas e outros locais de atendimento serão indicados para que a reforma prossiga sem prejuízo desses serviços para a população.

Sendo assim, cabem duas perguntas importantes. A primeira: diante do impacto das obras na rotina desses equipamentos, por que essa interdição será feita só no final do ano? E a segunda: a recém-inaugurada UPA Lapa, equipamento que provavelmente absorverá boa parte dos atendimentos hoje realizados no complexo do Sorocabana, terá capacidade para atender esse aumento de demanda com a qualidade esperada na prestação dos serviços?

No nosso entender, a resposta para a primeira pergunta é: com mais organização e critério poderia ter se previsto que a atual etapa da reforma seria incompatível com a continuidade dos atendimentos nas alas anexas ao hospital, e, assim, ajustar o cronograma para antecipar a interrupção dos serviços. Ou seja, faltou planejamento na obra, o que, claramente, vem impactando negativamente os serviços de saúde na região.

Já para a outra pergunta, o que se espera é que a Secretaria da Saúde e a empresa responsável pela administração da UPA Lapa estudem a melhor forma de absorver essa demanda extra, talvez transferindo, de forma temporária, os profissionais hoje alocados na AMA e no Hospital Dia para a nova Unidade de Pronto Atendimento. E para tanto, mais uma vez, será necessário um planejamento estratégico bem fundamentado.

Todos nós queremos o Hospital Sorocabana funcionando o quanto antes. Mas enquanto isso não acontece, é preciso lembrar que a saúde pública na Lapa depende do bom funcionamento dos equipamentos em operação hoje. Não é cabível aceitarmos que, em favor do bom andamento das obras de reforma do Sorocabana, a população seja prejudicada pelo atendimento precário de outros serviços existentes na região!

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