Um apelo à emoção

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Durante os últimos nove anos, a população da Vila Leopoldina viveu na expectativa de ver reurbanizada uma imensa área degradada próxima ao antigo Carrefour e ao Parque Cândido Portinari, inserida no Plano de Intervenção Urbana – PIU Leopoldina. Com o PIU, essa área ganharia uma nova avenida, aberta onde hoje existe a Favela da Linha, um grande boulevard arborizado e prédios de arquitetura moderna para fins de interesse social, que abrigariam as famílias das comunidades Ceasa.

Esta expectativa, no entanto, foi frustrada na última reunião realizada no Ministério Público com as partes interessadas no PIU, quando os representantes do Grupo Votorantim, proponente deste plano urbanístico, declararam à promotora Camila Mansour que, diante de um cenário repleto de entraves jurídicos e técnicos, não resolvidos pela Secretaria de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) nos últimos dois anos, a empresa não teria mais interesse em participar do primeiro leilão do PIU.

Sem a participação do Grupo Votorantim será muito improvável que o PIU saia do papel, pois não haveria outros interessados em concorrer no leilão. Isto porque a prerrogativa para participar do certame é que a empresa interessada dê um lance mínimo estimado em mais de R$ 200 milhões, transformando este valor na execução das obras de construção das Habitações de Interesse Social (HISs) e reurbanização da área.

Frente a tamanho retrocesso e ao possível fracasso de uma intervenção urbana tão importante para a região da Leopoldina, vale relembrar que, em junho de 2023, diante da imprensa e de centenas de moradores das comunidades Ceasa, o prefeito Ricardo Nunes, na cerimônia de sanção da Lei PIU Leopoldina, declarou, em discurso emocionado, que o projeto, enfim, era uma realidade. E fez questão de pedir à sua equipe presente ao evento, que incluía representantes da própria SMUL, agilidade nos trâmites finais do projeto para que o início das obras se desse no curto prazo. “A partir de agora, vocês vão ver seus novos apartamentos serem erguidos e, em três anos, poderão mudar para suas novas casas e ter uma vida mais digna”, disse o prefeito à população das comunidades.

Resta, então, a toda a comunidade da Leopoldina, apelar também para a emoção e pedir, agora, que Nunes interfira de forma incisiva para destravar os pontos que impedem que o leilão ocorra e que o PIU saia do papel. Esta é, sem dúvida, uma promessa que o nosso prefeito deve à região.

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