Família Yano, arigatô!

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Gratidão. Disciplina. Honra e Respeito. Esses são alguns dos ensinamentos que nós, brasileiros, aprendemos com nossos irmãos japoneses, que vieram de longe e, junto com tantos outros imigrantes das mais variadas nacionalidades, ajudaram a construir um país tão diverso como é o Brasil.

A região da Lapa, como muitas outras de São Paulo, se desenvolveu com a ajuda da força de trabalho imigrante. E, aqui, a figura de Dona Amélia Yano, que junto com o marido e as filhas construiu e fez crescer um dos mais tradicionais buffets da Leopoldina, o Buffet Yano, personifica como ninguém a valorosa contribuição que os imigrantes, especialmente os japoneses, nos deram ao se tornarem lapeanos de coração.

Dona Amélia sempre se preocupou em fazer mais do que administrar um negócio de sucesso. Ao mesmo tempo em que se dedicou noite e dia ao seu trabalho, mostrou todo o respeito e gratidão à terra e, mais especialmente, ao bairro que acolheu sua família. E fez isso da maneira mais “oriental” possível, ou seja, com singela simplicidade, investindo na construção, em 2010, de um Jardim Japonês no Clube Pelezão, um recanto para contemplar e refletir, cuidar do corpo e da alma, como bem ensina a cultura japonesa.

Como ela gosta de explicar, o Jardim Japonês, com sua bela vegetação e seu lago de carpas hoje revitalizados, foi uma forma que Dona Amélia encontrou de homenagear os mais de 900 imigrantes japoneses, incluindo seus próprios avós, que chegaram ao Brasil em 1910 no navio Ryojun Maru, o segundo navio da imigração japonesa a desembarcar no Porto de Santos. Mas foi também a maneira que a Família Yano encontrou de proporcionar, especialmente a nós, lapeanos, que frequentamos o Pelezão, um espaço de integração entre todas as culturas que formam nosso bairro e nosso país como um todo.

E esta integração se fez presente, no sábado, 26, durante a celebração que, lembrando os 115 anos da chegada ao Brasil do Ryojun Maru, marcou a reinauguração do Jardim Japonês. Junto à placa que homenageia os imigrantes vindos nesse navio, brasileiros – negros, brancos e orientais – e japoneses rezaram acompanhando com atenção os ensinamentos do oficiante Massaki Yokoyama, da Seicho-No-Ie do Brasil, que presidiu uma Cerimônia de Gratidão a todos eles. Também foi a mescla de tantas raças – as raças que formam o Brasil – que vimos apresentar o belo show de Taiko, pontuado pelo som profundo de dois tambores, um tocado por uma mulata e outro por uma japonesa.

Por nos proporcionar tudo isso, só nos resta expressar à Dona Amélia, que completa agora 88 anos de idade, nossa sincera gratidão.

Dona Amélia, arigatô gozaimasu!

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