Pais fazem abaixo-assinado|contra período integral

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Na festa junina na Emei, pais recolhem assinatura para manutenção de período de 6h

Os pais de alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Professora Ana Maria Poppovic (Emei) aproveitaram a festa junina de sábado (20), para coletar assinaturas em um abaixo-assinado que será entregue ao diretor regional de educação, Marcos Manoel dos Santos, para garantir aos filhos a manutenção do período de 6 horas na escola. Eles não querem a ampliação do horário para integral (8 horas).  “O abaixo-assinado tem o objetivo de manter as 6 horas de aula (das 7h às 13h e das 13h às 19h), e não passar para as 8 horas (das 8h às 16h). A escola tem cerca de 150 alunos, sendo 5 crianças em inclusão, dessas, duas são mais severas, uma tem sonda urinária e outra se alimenta por sonda,inclusive tem uma cuidadora contratada para ajudar essas crianças. Estamos recolhendo assinaturas para entregar ao diretor de educação e a quem mais precisar. Até o Ministério Público se necessário”, afirma Edmilson Occulate Jr., pai da aluna Camilla. 

A mãe do menino João Pedro, Cecilia Maria Fernandes Teso assinou o documento. Seu filho é um dos alunos em processo de inclusão. “Optei pela Emei porque ele tem terapias a tarde e quero ter o direito de ficar meio período com ele em casa. O ano passado ele estava na creche por 8 horas e chegava em casa estressado”. 

André Luiz de Moura Leite Fiedler, pai do aluno Raul, também é contra o período integral. Ele explica que o abaixo-assinado é uma tentativa de ser ouvido pela diretoria Regional de Educação e Secretaria. “Eles defendem o período integral, um horário complicado, e a gente defende os dois turnos de 6 horas como é hoje. Em dois turnos os alunos ganham em qualidade de atendimento, os professores ficam menos sobrecarregados, as turmas são menores e também garante um tempo dos filhos no convívio familiar. Já no período integral além de atender menos crianças, pouco menos da metade, com salas superlotadas, agravaria o atendimento aos alunos de inclusão. A gente questiona o que essa mudança traria de ganho para as crianças e professores”, questiona.

Colégios e instituto se unem para manter museu

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Diretores dos colégios e do Instituto Anastassiadis na reunião com o subprefeito

Os diretores dos Colégio Heitor Garcia, Luciano e Maria Eunice Garcia, do Colégio Santo Ivo, José Carlos de Barros Lima, e o secretário Executivo do Instituto Anastassiadis, Luiz da Silva, se reuniram na terça-feira (23) com o suprefeito da Lapa, José Antonio Varela Queija e a supervisora de Cultura da Sub Lapa, Adriana Reis, para discutir a manutenção do Museu da Lapa Miguel Dell’Erba dentro do bairro. O ex-subprefeito da Lapa (na gestão Marta Suplicy) Adaucto Durigan também participou do encontro.

A luta de lapeanos pela permanência do acervo na região ganhou força depois que a supervisora de Cultura declarou (em matéria do Jornal da Gente de maio) que o acervo deixaria o bairro por causa das instalações inadequadas do Centro de Memória e Convívio Cecília Meireles da Rua Araçatuba (antiga Biblioteca Infanto-juvenil Cecília Meireles) que sofre com infiltrações e enchentes. “Especialistas visitaram o Centro de Memória (no começo de dezembro) e confirmaram a situação precária das instalações”, ressaltou Adriana. “Eles aconselharam a transferência do acervo para o Museu da Cidade de São Paulo ou outro local. O objetivo da transferência é preservar o material em local adequado”, frisou a supervisora. 

O diretor do Colégio Heitor Garcia, Luciano Garcia propôs a transferência do Museu da Lapa para o Heitor Garcia. “A ideia é do Colégio (Heitor Garcia) entrar com o espaço para exposição e o Instituto Anastassiadis com a parte de recuperação do acervo e catalogação das peças”, disse Garcia. O secretário Executivo do Instituto Anastassiadis, Luiz da Silva lembrou que o instituto já desenvolve projeto de restauro do prédio tombado da Sociedade Beneficente União Fraterna (na Rua Guaicurus). “O instituto vai viabilizar a limpeza e catalogar todo o material antes de chegar ao colégio”, disse Silva. “Numa situação futura, a definição do lugar fixo do museu seria a União Fraterna (após a execução do projeto de restauro e adequação da sala para instalação do acervo histórico)”, acrescentou o secretario executivo.

Barros Lima apóia a transferência para o Heitor Garcia. O subprefeito prometeu levantar a documentação oficial do acervo. “Se a decisão depende de mim, está resolvido, o acervo vai para a escola, mas é preciso formalizar (por ofício) e verificar se o museu é da Prefeitura, se não tem dono, para não ter problemas no futuro”, afirmou subprefeito.

Subprefeitura informa que marco do Lions “não está

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Governador do Distrito DC-2 do Lions participou da solenidade na Praça

Ao lado do governador do distrito LC-2, Francisco Maurício Gomes da Silva, a presidente do Lions Nova Lapa, Rosana Altafin inaugurou o obelisco do clube na Praça José Roberto Leite Penteado no sábado, 20, na City Lapa. Seu padrinho de Lions e presidente do Lions Clube Campos Elíseos, Jácomo Spampinato Neto prestigiou a solenidade que contou com apresentação do grupo de jovens especiais do Tendal da Lapa. “Hoje é inauguração da pedra fundamental do obelisco do Lions aqui na praça. E nós estamos adotando essa praça, já fizemos um procedimento preliminar na Subprefeitura. Como ela tem mais de 5 mil metros quadrados, não é só a subprefeitura que pode autorizar unilateralmente, temos que ter aprovação de outro órgão da Prefeitura. Estamos empenhando esforços para isso e resgatar esse coreto para iniciar daqui uns 60 dias os saraus dominicais, onde as famílias lapeanas venham e façam piqueniques sustentáveis e usem a praça que usei quando era pequena”, declarou Rosana que também é conselheira do Cades Lapa (Conselho Regional de Meio Ambiente Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz).

Questionada sobre a ausência do subprefeito José Antonio Varela Queija na inauguração, a assessoria da Sub Lapa enviou nota à redação. “Esclarecemos que assim que tomamos conhecimento do fato (construção do obelisco) através de uma denúncia, a Subprefeitura Lapa designou um agente vistor ao local, que intimou os responsáveis para apresentação de autorização. No momento, a construção não está regular. Nesta semana, nos foi entregue a cópia do pedido protocolado em 19 de junho de 2015 (sexta-feira) na Subprefeitura para a intenção de celebração de um termo de cooperação entre a Subprefeitura e o Lions Clube de São Paulo Nova Lapa. A Subprefeitura informa ainda que “os trâmites para a efetivação do termo estão em andamento, lembrando que uma vez que a área possui mais de 5 mil m² também terá que passar pela avaliação da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana da Prefeitura Municipal de São Paulo. A Subprefeitura adotará as medidas cabíveis após a análise do processo”.

Haddad assina acordo para transferência da Ceagesp

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Objetivo é transferir o entreposto e retirar os caminhões da Cidade

O prefeito Fernando Haddad assinou na tarde de terça-feira (23) um Acordo de Cooperação Técnica para Implantação de nova Central de Entreposto e Abastecimento no Município de São Paulo com a ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e ministro Nelson Barbosa (do Planejamento, Orçamento e Gestão) na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O documento viabiliza o estudo de um novo local para abrigar a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), vinculada ao Ministério da Agricultura. 

A Ceagesp ocupa um terreno de 700 mil metros quadrados na Vila Leopoldina, onde permissionários comercializam produtos de 1500 municípios de 22 estados brasileiros e também de outros 19 países. Pelo local, circulam diariamente cerca de 50 mil pessoas e 12 mil veículos, além de 11 mil toneladas de alimentos frescos (frutas, legumes e verduras).  

Em março do ano passado, o governo federal retirou a Ceagesp do Programa Nacional de Desestatização, medida que possibilitou o início do processo de mudança. Segundo Haddad, em estudos realizados pela Prefeitura, a Ceagesp foi considerada o principal entrave ao desenvolvimento da região oeste. Entre os motivos apontados para a mudança está a redução no trânsito de caminhões no centro expandido da capital. O prefeito defende a transferência do entreposto para um local mais adequado. Haddad tem projeto de transformar o terreno da Leopoldina em um bairro moderno que inclui moradia de interesse social.

Caberá à Ceagesp (proprietária da área) a licitação de um novo terreno. Para o presidente da Ceagesp, Mario Maurici, a ministra Kátia Abreu (da Agricultura) deu uma tarefa difícil. “Ela traçou um horizonte de dois anos para implantação do novo mercado. Há situações que independem da nossa governabilidade, como o processo de licenciamento ambiental e a participação da iniciativa privada. O projeto de transferência está orçado entre R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões. A Ceagesp, que é uma empresa do Governo Federal, não tem esse recurso. Quando se fala de gestão compartilhada, a dúvida é se há empresários dispostos a colocar dinheiro para construir um novo mercado ou se eles querem que a União faça o investimento e lhes entregue a administração. É preciso discutir bem o assunto”, afirma Maurici. 

Corredores e Zeis polarizam audiência na Câmara

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Salão Nobre fica lotado na primeira audiência pública de revisão da Lei no legislativo

A primeira audiência de revisão participativa da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, a Lei de zoneamento, realizada pela Câmara Municipal de São Paulo lotou o salão nobre do legislativo na segunda-feira, 22. A participação de lapeanos foi tímida em relação a presença de moradores de outros bairros da Cidade.  Na apresentação do texto entregue pelo prefeito aos vereadores, o secretário de Desenvolvimento Urbano da Cidade, Fernando de Melo Franco lembrou que o processo de revisão participativa da Lei de zoneamento fortalece as diretrizes traçadas pelo Plano Diretor, sancionado pelo prefeito no ano passado. O secretário lembrou que o texto cria um vocabulário único de zonas para toda Cidade. Para isso, as zonas da  Cidade foram organizadas em  três diferentes agrupamentos: territórios de transformação, qualificação e preservação. “O primeiro agrupamento é transformação. São Paulo está com a população caindo, em cerca de 2040 a população vai estabilizar e muito provavelmente, segundo dados do Seade, deve retroceder. O que a gente quer e precisa é reequilibrar as enormes distorções que existem. Para isso queremos conduzir esse reequilíbrio para maior adensamento onde a oferta de serviços e equipamentos e sobretudo infraestrutura de mobilidade já existe ou serão ofertadas, possibilitando uma maior dispersão das oportunidade por todo o território”.  

O segundo agrupamento é o território de qualificação, que inclui as zonas mistas, de centralidades, industriais, entre outras, que fazem parte do cotidiano da Cidade e precisa de qualificação. O terceiro agrupamento é de preservação. “A gente precisa preservar as zonas ambientalmente sensíveis e as tombadas como as Zonas Especiais de Preservação Cultural, de Preservação Ambiental e as ZERs (residenciais)”.  

A primeira audiência do legislativo ficou polarizada entre a criação de corredores lindeiros as ZERs e ZEIs (Zonas Especiais de Interesse Social) que permite moradias para população de baixa renda.  O representante da Associação Viva Leopoldina, Carlos Alexandre de Oliveira foi o único da região da Subprefeitura Lapa a se manifestar e voltou a defender a instalação de um parque para fitorremediação do terreno da antiga garagem de ônibus da CMTC, que está demarcado como ZEIs, na Vila Leopoldina.  

O debate deve esquentar na audiência temática marcada pela Câmara para 6 de julho sobre “Zonas relacionadas à habitação de interesse social, zonas mistas de interesse social (zmis, zmisa) e zona de centralidade lindeira à zeis (zc-zeis)”, das 19h às 22h.

Café com segurança

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Na próxima semana a Página Editora e Jornal da Gente retomam a série “Café com a Comunidade”. O encontro terá como convidado especial, o deputado estadual coronel Álvaro Camilo, que após 30 anos de Polícia Militar do Estado de São Paulo comandou a corporação (entre abril de 2009 a abril de 2012). 

O parlamentar vai falar sobre o tema “Segurança, comunidade e participação” no mês que a Secretaria de Segurança Pública anuncia redução nos indicadores criminais em todo o Estado, mas na região do 91 DP da Leopoldina, por exemplo, alguns índices de maio ficaram mais elevados que o de abril. É o caso de roubos-outros que chegou a 62 registros em maio contra 56 do mês anterior, mas menor que as 88 ocorrências do mesmo período do ano passado. Outro dado que aumentou é com relação ao roubo de veículos que na região atinge 23 casos contra 18 de abril, mas se comparado com maio de 2014, com 30 ocorrências, houve queda. Quanto a furto de veículos, o índice praticamente se manteve 59 em maio contra 58 de abril, e mesmo em comparação a maio do ano passado (com 57 registros) ficou na mesma média.

O coronel poderá dar dicas importantes, não só para moradores da Leopoldina quanto da Lapa e Pompeia/Perdizes, para aumentar a sensação de segurança. 

Especializado em tecnologia da informação, o deputado vai lembrar da experiência militar e encontrar questionamentos quanto à vigilância por câmeras defendido pelo comandante da 2ª Cia da PM que desenvolve um projeto-piloto para instalação de equipamentos, controlados pela Polícia, para ajudar no combate a criminalidade, em parceria com empresas (com relação à responsabilidade social) que causam grande impacto no bairro. A medida divide opiniões.  Outro assunto que deve fazer parte da pauta do café é com relação à vigilância patrimonial na região do Viaduto Mofarrej e em ruas do bairro e a atuação da PM.

O encontro será a oportunidade de buscar respostas com  o especialista, membro da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários da Assembleia Legislativa. No café, o coronel também poderá colocar em prática seu lema “sempre é possível fazer mais e melhor” e ajudar à comunidade a garantir mais segurança da região. 

Vigilância de shopping avisa polícia sobre sequestro

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Uma professora de 55 anos foi sequestrada na noite de terça-feira (16) na saída do Hospital São Camilo da Av. Pompeia, após visitar o marido internado. Ela foi abordada quando saia do hospital. Um adolescente de 13 anos anunciou o sequestro no momento que a professora entrava no carro. Em seguida, outros dois se aproximaram. Em matéria divulgada pelo Bom dia São Paulo, da Globo, a vítima disse que tentou manter a calma e perguntou se eles queriam dinheiro. “Mas eles queriam o cartão, queriam fazer um saque mesmo”, contou a professora que foi levada até um banco (na Freguesia do Ó) e obrigada a sacar R$ 2 mil (limite) e depois fazer compras em loja do Shopping Center Lapa. Eles queriam tênis. Durante as compras, a vítima conseguiu mostrar que se tratava de um sequestro relâmpago. A segurança do shopping acionou a polícia. O carro com o grupo de criminosos foi cercado pela PM na Av. General Edgar Facó, em Pirituba. Um sequestrador (de 23 anos) tentou fugir e foi baleado e preso, os outros dois eram adolescentes de 13 e 15 anos foram encaminhados à Fundação Casa. O Shopping Center Lapa teve a equipe elogiada sobre a participação eficaz no sequestro relâmpago. Na segunda-feira a Divisão de Homícidios e Proteção a Pessoas estourou o cativeiro e resgatou dois comerciantes da Ceagesp. Foram presos 4 pessoas, duas delas ex-funcionários da Ceagesp, Antonio Bento e Maciel da Costa, que já tinham feito outras vítimas no local. 

Pais rejeitam mudança de Emei para tempo integral

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Pais se mobilizam contra implantação de período integral na Emei Ana Maria Poppovic

A notícia da mudança na Emei Ana Maria Poppovic (Escola Municipal de Educação Infantil) de seis para o período de 8 horas (das 8h às 16h) mobiliza os pais de crianças atendidas pela unidade. Eles querem a manutenção dos dois períodos de seis horas para que seus filhos passem meio período com a família.

Preocupado com o futuro da filha Camilla, Edmilson Occulate Junior é contra o estudo por 8 horas porque quer ter direito de ficar com a filha no período da tarde: “Respeito aqueles que escolhem ter seus filhos neste período (das 8 às 16h), como eu quero ser respeitado por escolher o período de 6 horas. As crianças são pequenas para ficar por 8 horas na escola, é cansativo”, avalia Occulate.

Outros pais reclamam da alteração que, se acontecer, vai mexer com a vida de muita gente. Mãe de João Pedro, Edenilce Alaíde dos Santos deixa o filho na escola às 13h. “Vou trabalhar e pego ele às 19h”, comenta Edenilce.

Inclusão

Entre os problemas apontados por eles está a inclusão de alunos. “A Maria Eduarda, a Duda, tem 4 anos e 8 meses e é portadora da Síndrome Cornélia de Lange e hoje está adaptada na escola”, explica os pais Fábio e Tatiana Alves. “A síndrome causa um retardo neurológico, atraso motor e cognitivo. Em alguns casos, a criança não se alimenta via oral, somente por gastrostomia (caso da Duda). No fim do ano passado fomos convidados a retirar a Duda de uma escola no Pacaembu”, relata o pai de Duda que aponta a dificuldade de encontrar escolas preparadas para receber a filha.  Ele chegou a Emei por indicação de um diretor de escola municipal que sugeriu a Noemia Ippólito e a Ana Maria Poppovic: “Optamos pela Ippólito, mas quando soubemos do período de 8 horas verificamos que seria incompatível com as terapias realizadas pela Duda na parte da manhã. Por este motivo precisamos que a carga horária continue sendo de 6 horas diárias”.

Diretor promete diálogo

O diretor de Educação da região, Marcos Manoel dos Santos, explica que a mudança no período de atendimento da Emei Profª Ana Maria Poppovic para integral está em estudo. Segundo o diretor, o tempo integral na escola é uma vantagem para a comunidade com mais atividades para as crianças e uma adequação na demanda. “Há uma diminuição na procura pela escola pública. Outras unidades (Emeis) já são integral por que não tinha demanda suficiente (Noemia Ippolyto, Ricardo Gonçalves, Neyde Guzzi)”. 

Santos afirma que o levantamento da demanda na Emei será concluído entre agosto e setembro. “A ampliação do tempo só é feita com estudos realistas da demanda”, conclui o diretor de Educação que promete diálogo com a comunidade e respeito às opções das famílias.

Para urbanista falta estudo das ciclovias

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Ciclovia da Rua Caio Gracco também desagrada moradores e comerciantes

Assim como os comerciantes e moradores da Rua Coriolano que entraram no Ministério Público para exclusão da ciclovia, os donos de comércio no lado ímpar da Rua Caio Gracco dizem que a ciclovia nem começou a funcionar e já atrapalha o movimento. Com oficina há 11 anos no local, Ademir Garcia, pergunta: e agora? “Ficou ruim, quem quiser pedir um orçamento não vai parar por causa da faixa”, diz Garcia. “O pior é que eles fazem isso e aqui nem passa bicicleta”, acrescenta.

Na Caio Gracco se fala em seguir os passos dos comerciantes da Coriolano e fazer um abaixo-assinado contra a faixa. O funcionário de um estacionamento, Manoel José Marinho, faz coro com Garcia e diz que não passa bicicleta por ali. A ciclovia, segundo a CET, ainda não foi concluída, mas as placas de proibido parar e estacionar já sinaliza que quem deixar o carro sobre a faixa, se flagrado por agentes de trânsito, será multado. Depois de apelar ao Ministério Público, comerciantes da Rua Coriolano procuram saídas para atender a clientela enquanto aguardam a decisão.

Para o arquiteto e morador da Rua Sepetiba, Fausto Schlittler, as ciclovias são necessárias. “Tem que fazer sim, mas com planejamento, estudos, viabilidades, diálogo com a população etc. Para quem é da área, não precisa muito estudo para ver que as ciclovias não têm planejamento algum. Algumas, mesmo sem planejamento, me parecem não interferir, vi algumas na região da Barra Funda que realmente não incomodam em nada e em terreno bem plano”, avalia Schittler.

A favor das ciclovias

Adepto da bike, o morador da região Gustavo Veronesi se incomoda com o que chama da “quase demonização ao uso da bicicleta”. “A cidade foi planejada somente para os carros e parece que essa situação é inevitável, que não há outra possibilidade. Lembro das reclamações quando colocaram a faixa de ônibus. A alegação era a mesma por parte dos comerciantes, a queda no movimento. Será que caiu?”, questiona.

Para os comerciantes ele sugere a colocação de paraciclo em seus estabelecimentos. “Convide as pessoas e verá se mais não usarão a ciclovia ou se cairá o movimento. Pois quem consome são pessoas e não carros. É certo que a novidade sempre causa impacto. Foi assim nas cidades européias que hoje são referências no uso de bicicleta. Aqui não poderia ser diferente, até porque tudo na cidade é voltado para os carros. As pessoas já pararam para pensar em quanto espaço da cidade é ocupado em função do carro (estacionamentos, postos, lojas de autopeças e oficinas mecânicas etc) e o quanto de praças e parques temos? Qual o custo disso pra sociedade (poluição do ar e seus malefícios a saúde, acidentes de trânsito, poluição sonora etc)?”

Para ele não é justo uma cidade ser planejada para usuários de veículos particulares, quando a maioria da população se locomove por transporte publico, a pé e de bicicleta. “Tenho e uso carro, mas não exclusivamente. Também uso bicicleta, ônibus, metro. É preciso ser mais critico e deixar se levar menos por certezas absolutas e se abrir ao novo. É uma nova cultura que aparece de usar mais os espaços públicos. Tem pouco ciclista na ciclovia. Pegue uma bicicleta, um skate, um patins e use”, encerra.

Contaminação atinge lençol freático

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Área na Leopoldina tem poços com contaminantes em fase livre

Cada dia a discussão sobre o destino da área da antiga garagem de ônibus da CMTC, na Vila Leopoldina, ganha mais espaço na imprensa e na internet entre representantes do Fórum Social da Vila Leopoldina – que defendem uma Zeis 3 (Zona Especial de Interesse Social) – com construção de moradias e equipamentos sociais – e a Associação Viva Leopoldina (de moradores dos novos condomínios) que luta pela instalação de um parque–biblioteca no local. A Viva Leopoldina aponta a contaminação como entrave a construção de moradias e defende a instalação de uma biblioteca-parque na area com processo de fotorremediação – recuperação da área contaminada e água poluída com plantas e vegetais. Os representantes do Fórum Social lutam pela construção de um moderno projeto de moradia para atender famílias do bairro e zerar o déficit habitacional na região.

O debate entre os dois grupos começou nas audiências do novo Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo (Lei Municipal 16.050/14), no ano passado. O PD, Lei 16.050/14, estabeleceu diretrizes para a revisão do zoneamento que nesta segunda-feira terá a primeira audiência pública organizada pela Câmara, na sede do legislativo municipal. O zoneamento vai determinar um conjunto de regras – de parcelamento, uso e ocupação do solo – e definir as atividades que poderão se instalar no terreno da Leopoldina e nos diferentes cantos da cidade. Além disso, o terreno aguarda a conclusão da descontaminação.

Remeadiação 
A Cetesb (Companhia Ambiental do Meio Ambiente) informa que a contaminação existente na área da São Paulo Transporte, ocupada pela Companhia de Engenharia de Trânsito (CET), tem como origem os tanques de armazenamento de diesel dos ônibus da antiga garagem da CMTC. O contaminante no local é o TPH (Polihidrocarbonetos totais) e há três focos distintos de contaminação, nos locais em que haviam tanques subterrâneos.

Em 2013, cerca de 11 poços de monitoramento sinalizavam grandes espessuras de contaminantes livres com até 52 cm. No passado havia somente um sistema de remediação em operação no local e a eficiência de remoção dos contaminantes era muito baixa. No momento, os trabalhos de remediação prosseguem, com três sistemas instalados, nos três focos de contaminação, e ainda existem 6 poços com contaminantes em fase livre com espessura máxima de 6 cm.Os riscos de utilização da area referem-se ao contato dérmico com esses compostos e por ingestão de água do lençol freático. Por este motivo que há restrição do uso de água subterrânea. A Cetesb, por meio de sua agência ambiental de Pinheiros, acompanha as ações de remediação da área até que sejam atendidos os padrões de qualidade exigidos.