Uma chuva forte caiu sobre a região três dias após o prefeito Fernando Haddad visitar as obras das novas galerias dos córregos Água Preta e Sumaré. Na terça-feira, Haddad levou o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, e da WTorre, Walter Torre Júnior, para conhecer o canteiro de obra. O prefeito é mesmo um homem de sorte, se fosse na sexta-feira, ele, Nobre e Torre enfrentariam barro e pontos de alagamento por causa da chuva.
Moradores e empresários da região estão cansados de assistir carros boiar em enchentes a cada verão na região da Avenida Pompeia e Rua Turiaçu, causadas por galerias antigas que não suportam mais a vazão da água de chuva e dos novos prédios que chegaram com a Lei da Operação Urbana Água Branca (de 1995). Como se não bastasse, tem o problema de lixo nos bueiros. Haddad garante que a Operação Chuva de Verão tem várias ações, uma delas a limpeza das bocas-de-lobo da Cidade, principalmente em pontos críticos como a Pompeia.
A obra de combate a enchente vai quintuplicar a vazão dos córregos. A intervenção tem um total de 2473 metros, 1530 metros de galerias e 943 metros por túneis. Foi quase 20 anos para o projeto sair do papel, até arrecadar dinheiro suficiente da Operação Urbana e iniciar a construção (julho de 2013). A obra está do lado da Avenida Marquês de São Vicente, ainda não atravessou sob a linha férrea para o lado da Pompeia, onde fica a mancha crítica de enchente.
Durante a chuva de sexta-feira, o Centro de Gerenciamento de Emergência registrava alagamento tanto na Avenida Pompeia quanto na Rua Turiaçu.
Na terça-feira, Haddad repetiu, o que já disse em outras ocasiões, que a obra é complexa e depende de muitas licenças: da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) para as galerias passarem debaixo dos trilhos, autorização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para passar debaixo de uma adutora, do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) para fazer a embocadura do rio, e da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), pelo transporte de cargas (na ferrovia), fora as licenças da própria Prefeitura. “Mas agora nós temos uma obra e um prazo para terminar (o verão de 2016)”, afirmou o prefeito.
Se não fosse tanto dinheiro de corrupção, como vemos a cada noticiário (ISS – na Prefeitura, Metrô – no Estado, Mensalão e Petrolão – no Governo Federal), que somam bilhões de reais, uma obra tão importante como essa não precisaria depender de uma Lei de Operação Urbana, para arrecadar recursos (cerca de 670 milhões por 18 anos de empresários que receberam autorização da Prefeitura para construir acima do permitido no zoneamento). O dinheiro desviado no ralo da corrupção poderia voltar em benefícios como a construção das galerias da Pompeia.
Mas, depois de quase 20 anos, a previsão é que obra seja entregue até o verão 2016 e resolva o problema das inundações pelos próximos 100 anos.
A presidente da Associação Amigos da Vila Pompeia, Maria Antonietta de Lima e Silva que tanto lutou pela obra e toda comunidade que já assistiu carros boiar nas enchentes continuam à espera dos resultados anunciados pelo prefeito.