SESI ABRE ESPAÇO PARA DEFICIENTES

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Leni Bertolla agradece a doação da cadeira de rodas

O Serviço Social da Indústria promoveu o seminário “Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho” na sexta-feira passada. O evento, que reuniu 300 pessoas, discutiu as possibilidades de ingresso em alguma ocupação de pessoas com necessidades especiais. Depois do Hino Nacional Brasileiro interpretado pelo flautista e deficiente visual Alessandro de Souza Santana, o diretor-titular da Diretoria Regional do Centro da Indústria de São Paulo na Zona Oeste (Ciesp/Oeste), Edison da Cunha Almeida falou sobre a dificuldade de incluir no mercado de trabalho cerca de 24,5 milhões de brasileiros, que sofrem de algum tipo de deficiência. Desses, apenas 9 milhões trabalham, dos quais apenas 1 milhão com algum tipo de remuneração. Somente 200 mil deste universo possuem carteira assinada.
“Esse dado reflete o caminho que temos de percorrer. A valorização da vida e o empreendedorismo são a nossa bandeira para conseguir melhoria na qualidade dos deficientes”, disse Almeida, ressaltando que a inclusão deve ser compreendida de forma gerencial e por resultados, banindo a tradicional concepção filantrópica e assistencialista. Almeida também falou sobre a Lei 8.213/1991, que determina que as empresas entre 100 e 200 funcionários devem reservar a cota de 2% das vagas para pessoas que apresentem algum tipo de deficiência. Entre 201 e 500 trabalhadores, 3% dos postos têm de ser destinados a deficientes. Entre 501 e 1.000, essa cota aumenta para 4%. Para companhias acima de 1.000 funcionários, 5% das vagas devem ser reservadas para portadores de deficiência.
Marcelo Vitoriano, chefe da unidade de reabilitação profissional da Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais (Avape), descreveu o trabalho da entidade, que nasceu há 21 anos no chão da fábrica da Volkswagen. Cinqüenta funcionários da empresa pediam recursos para atender os amigos e parentes deficientes. “Nessas décadas, crescemos na prevenção, tratamento, capacitação, reabilitação e colocação profissional. Garantimos esse serviço de qualidade, por meio de parcerias com empresas”, destaca Vitoriano, lembrando que o trabalho é a melhor forma de exercício da cidadania. Para que de fato ocorra a inclusão dos portadores de deficiência, acredita, é necessário fazer um perfil do candidato para um ambiente saudável, sem superproteção, muito menos preconceito. Vitoriano salienta que empresa com responsabilidade social é aquela que valoriza a diversidade de seu pessoal.
Reinaldo Silvério, gerente administrativo pessoal e corporativo da Bombril, falou das resistências iniciais para a contratação de deficientes. “Conseguimos convencer a alta direção da empresa da vantagem de termos, no nosso quadro, pessoas com necessidades especiais. Hoje, contamos com 40 deficientes em três unidades da Bombril no Brasil”, declarou o gerente, que recebeu ajuda técnica da Avape.
A diretora do Sesi Vila Leopoldina, Leni Arlete Bertolla, teceu um comentário sobre o Centro de Reabilitação da entidade, que completou 50 anos no dia 13 de agosto. Ela afirmou que a idéia surgiu a partir do atendimento aos soldados norte-americanos, que retornaram gravemente feridos da Segunda Guerra Mundial. “Os empresários da época acreditaram que poderiam auxiliar os deficientes, através de confecção de próteses e com estudos para adaptar essas pessoas na indústria”, disse Leni.
Romi Kawasaki Alcântara Barreto, gerente de reabilitação do Sesi, descreveu o centro de reabilitação para pessoas que sofreram acidentes de trabalho. O setor com 43 funcionários multiprofissionais das áreas de fisioterapia (infantil e adultos), terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, serviço social. A estrutura do Sesi oferece exercícios terapêuticos (Cinesioterapia), hidroterapia e demais serviços clínicos.
Quem quiser mais informações sobre o evento pode entrar em contato com o Sesi Vila Leopoldina, que fica na Rua Carlos Weber, 835. Telefone 3832-1066. O telefone da Avape é 4426-4066. E-mail marcelo.vitoriano@avape.org.br.

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