A Assampalba (Associação de Amigos e Moradores pela Preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança) entrou com representação na promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público contra a construção da alça de acesso do Complexo Viário Anhanguera.
Segundo o presidente da associação, Roberto Rolnik Cardoso, a mudança vai afetar o traçado da área do Alto da Lapa, tombada pelo Conpresp e Condephaat, jogando o tráfego da rodovia dentro do bairro.
Ele lembra que o traçado viário é protegido pelo valor histórico, arquitetônico e ambiental e a área é classificada como ZEPEC (Zona de Proteção Cultural) pelo Plano Diretor Estratégico de 2002. “A petição pede que não seja feita essa alça ao lado da Estação (da CPTM) da Domingos de Moraes (Rua João Tibiriçá), que fere o tombamento. “Além da atual ponte ser transformada em mão única, sentido bairro, jogando todo o tráfego no Alto da Lapa, a mudança também prevê o acesso da Marginal ligando com a Fortunato Ferraz, Rua Bartolomeu Bueno, que terá uma ponte sobre a linha férrea com a Rua João Tibiriçá, limite da área tombada, que, de acordo com o projeto, será aberta, para que os veículos como ônibus e caminhões da Vila Anastácio saiam na Monte Pascal sentido Anhanguera”, afirma o urbanista. “Esse caminho é para tirar o fluxo da Vila Anastácio, que ficou ilhada, e vai sair dentro da City Lapa, sentido à nova alça da Anhanguera”, comenta Rolnik.
A representação no MP pede uma revisão do projeto que fere a área tombada. “Existe outro projeto que se fosse construído eliminaria a necessidade dessa obra grandiosa que joga todo o fluxo da Anhangüera dentro do bairro. É a construção de um viaduto que passaria por cima do Rio Tietê e se conectaria a Gastão Vidigal com a Avenida Domingos de Souza Marques”, afirma ele. “Queremos que a Artesp (Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo) e os consórcios AutoBan e Via Oeste, responsáveis pela obra, revejam o projeto com Estudo de Impacto Ambiental e Vizinhança”, informa Rolnik.
Histórico de lutas
É intenso e polêmico o engajamento da Assampalba na defesa da região da Bela Aliança e Alto da Lapa. A entidade, que já foi presidida pela subprefeita Luiza Eluf, tem em seu currículo de lutas, o processo de tombamento da City Lapa e o embargo de duas obras na região: a ampliação do Hospital Itatiaia e a torre residencial da Rua Imperatriz Leopoldina, hoje um esqueleto invadido por sem-teto. Segundo moradores vizinhos essa situação tem ajudado na desvalorização dos imóveis do entorno.