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A população, sobretudo as pessoas sem recursos, tem uma nova opção de assistência na Associação Reciclázaro. Há dois meses, o psiquiatra Hercílio Pereira de Oliveira Júnior atende todas as quartas-feiras, das 13 às 16h. Em média, ele recebe a visita pré-agendada de 12 pessoas, na maioria dependentes químicos. No entanto, o trabalho de atendimento da Associação Reciclázaro não está restrito aos excluídos. A entidade também oferece tratamento a qualquer pessoa que necessita de auxílio psiquiátrico.
“Embora exista um público alcoolizado ou viciado em entorpecentes, há pessoas que demonstram outras patologias, como os depressivos, aqueles que sofrem de transtorno de ansiedade e até síndrome de pânico”, esclarece o especialista, que há um ano e meio trabalha na Comunidade Terapêutica Reciclázaro (em Embu-Guaçu), nas manhãs de quarta-feira.
Oliveira Júnior conta que a experiência é muito gratificante. Uma oportunidade única para conhecer um público incomum, que vive numa realidade diferente da do seu consultório. “A situação social ligada à pobreza da população de rua mostra que o tratamento deve ser mais cuidadoso. As pessoas não contam com um suporte familiar, não têm acesso à saúde regular, estão em condições clínicas precárias, além de muitos deles se encontrarem sob risco social. A relação médico e paciente é mais tensa”, explica o psiquiatra.
Além do especialista, uma assistente social trabalha de segunda à sexta-feira, no horário comercial. Eles recebem remuneração da Unesco, que firmou um convênio com a Reciclázaro para ajudar no custeio do projeto de reinserção do indivíduo na sociedade. O organismo das Nações Unidas incentiva as iniciativas nas áreas de cultura, educação e assistência social.
O padre José Carlos Spinola, um dos responsáveis da associação, diz que a entidade tenta prover a falta de infra-estrutura familiar e médica desta população carente, objetivando a reintegração social e inserção no mercado de trabalho. “Como diz o slogan da nossa organização, queremos preservar o meio ambiente”, finalizou.
