A indústria imobiliária rompe barreiras na Vila Leopoldina, ultrapassando a área da Avenida Imperatriz Leo-poldina e avançando sobre as caixarias no entorno da Ceagesp. As incorporadoras Agra, Pau Brasil e FAL 2 adquiriram um imenso lote na esquinas formada pelas ruas Frobem e Nagel. “Negociaram conosco e nos ofereceram uma nova área na região da (rodovia) Castelo Branco”, conta um dos caixeiros, que mantinha seu negócio no terreno.
A incorporação de um primeiro lote na degrada região da caixaria levanta uma questão: a população que defende uma ocupação ordenada e planejada da Vila Leopoldina estranha esse tipo de compra de terreno, pois a área da Frobem com a Nagel, segundo aponta o Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Lapa (PRE) é considerada uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS). Por definição, a ZEIS é uma porção do território destinada, prioritariamente, à recuperação urbanística, à regularização fundiária e produção de habitações de interesse social. Ou seja, é “uma área com predominância de terrenos ou edificações subutilizados situados em região dotada de infra-estrutura, serviços urbanos e oferta de empregos, ou que estejam recebendo investimentos desta natureza, onde haja interesse público, expresso por meio desta lei, dos planos regionais ou de lei especifica, em promover ou ampliar o uso por habitação para fins sociais e melhorar as condições habitacionais da população moradora”.
A reportagem do JG entrou em contado com a incorporadora Agra, que confirmou ser proprietária do terreno da Rua Nagel (33 mil metros quadrados). O departamento de Novos Negócios da empresa diz que no local serão erguidas torres residenciais, mas não especificou qual padrão imobiliário foi planejado para a região. Questionada sobre as limitações impostas pelo Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Lapa para á área da caixaria, a Agra disse desconhecer que se trata de uma ZEIS-3, abrindo polêmica em torno dessa questão.
