Entreposto perde silo de 12,5 mi

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Silo virou propriedade privada

Uma dívida trabalhista de R$ 140 mil fez sangrar, em junho deste ano, um patrimônio público avaliado em mais de R$ 12 milhões.
A estranha relação de números envolve a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa sob controle do governo federal. Um vacilo administrativo em torno desse passivo trabalhista levou a Ceagesp ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que determinou o leilão de um silo de 25 mil m², – colocado como garantia ao pagamento da dívida – arrematado pelo lance mínimo de R$ 5 milhões, quantia bem abaixo do valor real do imóvel (R$ 12,5 milhões segundo informações do próprio TRT). O episódio, segundo apurou o JG, está sendo visto como uma pressão do mercado imobiliário, que tem grande interesse na transferência do entreposto. Fonte ouvida pelo JG diz que episódio do leilão do silo está sendo fator determinante no processo de troca de diretoria (ver abaixo). A reportagem apurou que a o presidente do entreposto, Francisco Cajueiro, está mobilizado para reverter a decisão da Justiça, o que, uma vez concretizado, lhe daria forças para continuar o trabalho de reestruturação da Ceasgep, que no ano passado voltou a operar no azul, com saldo de R$ 5 milhões.

PT quer manter controle

Na reforma ministerial do segundo mandato do presidente Lula o PMDB ficou com a pasta da Agricultura, que está ligada a Ceagesp. Porém o maior entreposto de alimentos da América Latina continua nas mãos do PT, que indicou para o cargo, em agosto de 2005, o economista Francisco Cajueiro, profissional com mais de 30 anos de experiência na área do abastecimento.
O JG apurou que o PMDB quer assumir a administração da Ceagesp, tendo indicado o nome de Miguel Coluassuno para o lugar de Cajueiro. Nessa possível mudança, o PMDB indicaria a filha do ex-prefeito de Osasco Francisco Rossi, Ana Paula Rossi (secretaria de Assistência Social de Osasco), para assumir a diretoria Operacional, hoje sob a responsabilidade do engenheiro agrônomo Luiz Ramos. No entanto, o PT luta para manter Cajueiro na presidência do entreposto, sustentando a importância da larga experiência do economista no campo do abastecimento. “A decisão está entre dois extremos: ou se opta por uma gestão com caráter predominantemente político ou se mantém uma administração com conhecimento técnico. A tendência, no momento, é o governo e o PT bancar a manutenção da atual diretoria”, avalia uma fonte que convive diariamente com a dinâmica da Ceagesp.

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