Fechamento da usina será no mês de setembro

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Secretários reunidos na última terça-feira

José de Oliveira Jr. Repórter

Uma vitória da comunidade. A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, anunciou na segunda-feira passada, dia 17 de maio, que a Usina de Compostagem de Lixo da Vila Leopoldina será desativada em setembro. Numa reunião conjunta na Secretaria de Estado de Meio Ambiente, os secretários municipais, Osvaldo Misso (Serviços e Obras), Adriano Diogo (Verde e Meio Ambiente), o presidente da agência ambiental paulista (Cetesb), Rubens Lara, além do secretário José Goldemberg (Meio Ambiente) deram os detalhes do fechamento da usina, que causa transtornos aos moradores do bairro. O promotor de Meio Ambiente, Geraldo Rangel de França Neto, acompanhou o encontro.
Há cerca de um mês, Goldemberg prometeu que a Cetesb interditaria o “lixão”, caso a administração municipal fechasse a usina somente em 2006, prazo considerado inaceitável pela Cetesb. Segundo o secretário, a idéia inicial era que a compostagem e o transbordo fossem desativados até 28 de março do ano que vem. Misso negociou com a Vega, a empresa responsável pela coleta de lixo, para reduzir o prazo para setembro deste ano. Para ele, o problema era contratual.
O fechamento da usina, segundo Misso, será instantâneo. Entretanto, no período de transição, 800 toneladas de lixo orgânico, que seriam depositadas diariamente na Compostagem de Vila Leopoldina, e o transbordo (restos de materiais de construção, que fica numa área atrás da usina) serão enviados ao aterro sanitário Bandeirantes, em Perus. “O objetivo é instalar nos próximos três anos uma compostagem modernizada nos aterros sanitários, com capacidade para beneficiar dois milhões de toneladas de lixo por dia”, promete o secretário municipal de Serviços e Obras, assegurando que a Central de Triagem de Reciclagem permanecerá no local.
Desde 1974, quando a Usina de Compostagem de Lixo de Vila Leopoldina foi inaugurada, os moradores do bairro sofrem com o mau cheiro e com a incidência de ratos e insetos. Há 12 anos, o Movimento Popular de Vila Leopoldina, liderada por Gláucia Mendonça Prata, luta para o fechamento da compostagem. O Conselho das Sociedades Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs) auxiliou a ação de Gláucia, pressionando as autoridades competentes. A equipe da Subprefeitura da Lapa ainda trabalhou para ajudar na desativação. A Cetesb também ameaçou a interdição do local. A comunidade espera que agora consiga acabar com esse tormento, definitivamente.

Comunidade deverá ganhar um parque

A partir de setembro, com a desativação da Usina de Compostagem de Lixo de Vila Leopoldina, o bairro contará com um parque. O projeto do arquiteto Raul Pereira, da Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, foi apresentado na última terça-feira, logo depois da reunião que definiu o fechamento da usina. Pelo estudo, no terreno que mede 54 mil metros quadrados, serão instalados um Centro de Educação Ambiental, um Museu Interativo de Resíduos (biodigestor), um mirante, uma praça de eventos, pergolato, quadras poliesportivas, ciclovia, pista de cooper, uma passagem subterrânea, além da permanência do Centro de Triagem de Resíduos Sólidos.
O parque também terá um bosque com 120 espécies de árvores frutíferas de Mata Atlântica. Segundo o arquiteto, a ciclovia e a pista de cooper serão feitas sobre uma alça ferroviária desativada, que se inicia atualmente na usina e vai até o outro lado da Marginal Tietê. Existe ainda a possibilidade de anexar uma área de 340 mil metros quadrados, pertencente à Sabesp.
“O objetivo é fazer uma espécie de parque temático sobre Meio Ambiente, explicando para o freqüentador as ações ecológicas que podem ser feitas no meio urbano”, disse o secretário de Verde e Meio Ambiente, Adriano Diogo, ressaltando que, antes da construção do parque, é necessária uma avaliação das condições do solo. “Quando houver a ocupação da área, existem regras geoquímicas essenciais para verificar a possibilidade de implantação imediata do parque. Primeiro, pretendemos passar uma máquina de fresagem, arrancando parte da terra, desimpermeabilização do solo para saber o estado do chorume, e tornar o terreno agricultável, pois queremos plantar uma nova vegetação”, conclui o secretário.
Para que o projeto tenha êxito, será preciso fechar a fábrica de velas, que fica perto do local, e ainda prosseguir na despoluição do Rio Tietê. Pereira salientou que o estudo preliminar pressupõe sugestões da comunidade, inclusive o nome do parque. Numa reunião, realizada na noite de terça-feira pelo Conselho das Sociedades Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs), ficou decidido que será formada uma comissão de Vila Leopoldina, que acompanhará a execução do projeto, sobretudo para garantir a dotação orçamentária na Câmara Municipal de São Paulo, e a instalação dos equipamentos de lazer, segurança, cultura e esporte.

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