A Vila Hamburgue-sa, que no ano passado testemunhou os 50 anos de vida religiosa da madre Imaculada, diretora do Colégio Madre Paula Montalt, vivencia neste final de semana mais um grande exemplo de doação: o cinqüentenário de ordenação do frei João Constantino Junqueira Neto, atualmente pároco da igreja Nossa Senhora de Lourdes.
Frei João entrou para a vida religiosa em 1945, aos 12 anos de idade, uma época em que morava com sua família, em Pedregulho, no interior de São Paulo. Naquele ano, ele deixava o convívio dos pais para atender a um chamado de Deus e iniciava seus estudos nos seminários da ordem dos Agostinianos Recoletos, primeiramente em Ribeirão Preto e depois em Franca. Completados 12 anos de aprendizado teológico e vivências comunitárias, foi ordenado sacerdote em 1957.,
Lições
Quem, como este jornalista, passou a conviver nos últimos quatro anos, com a fala mansa, mas sempre segura e incisiva, do frei João nas missas dominicais, leva consigo grandes exemplos. Ouvir sua pregação apostólica é refletir sobre o sentido da humildade, incluindo aí a firme vontade de servir ao outro, e a coragem, fruto de inabalável fé, que nos lança o desafio de viver em comunidade, nela agindo como elemento transformador, capaz de lutar pela justiça social. “De que adianta rezarmos o Pai Nosso, se não sabemos viver fraternalmente em comunidade?”, nos indaga o religioso.
Caro frei. Saiba que essa pergunta cala fundo na consciência de cada um de nós, seu amigos e paroquianos. Particularmente reconheço que da oração à prática ainda existe um grande abismo a ser vencido comunitariamente. Basta olhar para a nossa Hamburguesa, onde se acentua, cada vez, mais a desigualdade e a intolerância social. Mas fica a esperança de que em nossos jubileus pessoais, sejamos, como o senhor, capazes de encostar a cabeça no travesseiro com a certeza de termos, de fato, rezado o Pai Nosso de uma verdadeira vida cristã fundamentada no amor e respeito ao próximo. Parabéns, agostiniano servo do Senhor. (Eduardo Fiora)