O Café Filosófico realizado pelo Centro Cultural e de Estudos Superiores Aúthos Pagano homenageou o centenário da imigração japonesa no Brasil trazendo um pouco da cultura oriental para o encontro do último sábado (29), com a palestra da monja Coen Sensei que falou sobre “O Zen Budismo e os benefícios da meditação”, para uma platéia lotada.
Missionária oficial da tradição Soto Shu-Zen Budista, com sede no Japão, e primaz fundadora da comunidade Zen Budista em São Paulo, a monja convidou o público a fazer dois minutos de meditação antes da palestra.”Esse instante é o princípio do Zazen (estado de meditação profunda)”, explicou ela. “Sentem-se com a coluna reta, deixe os olhos entreabertos, as mãos sobre o colo com os polegares se tocando levemente, perceba sua respiração, seus pensamentos e não pensamentos”, orientava a missionária. “Entenda seus pensamentos, preste atenção na sua respiração”, acrescentou ela.
Depois ela revelou que ao contrário do que muitos pensam, estar Zen é ficar ligado no momento, na sua própria vida. “Temos que estar inteiro no que está acontecendo, pois esse momento traz, em si, todo o passado e o futuro. Se no presente eu fizer o melhor que posso, vou ter melhores resultados no futuro”, ensinou a religiosa.
Segundo ela, o Zen é indicado para pessoas agitadas, nervosas. “Vocês pensam que quem pratica Zen é manso, não é não”, brincou a religiosa. “A capacidade de concentração é desenvolvida com a meditação. A mente é a percepção da vida, do universo. A proposta do Zen budismo é chegar à sabedoria, onde a mente se abre para o desconhecido”.
Em sua palestra, ela lembrou como iniciou sua missão em servir e transmitir os ensinamentos de Buda. “Eu era uma jovem brasileira morando em Los Angeles, trabalhando no Banco do Brasil como secretaria bilíngüe, que fazia ballet todas as noites, ouvia rock’n roll e corria com meu cachorro pelas ruas de Hollywood, quando me interessei pelo Zen, através do Zazen (meditação sentada) e da meditação. Ao fazer, na prática religiosa, descobri que era a melhor coisa que tinha acontecido e poderia acontecer para qualquer pessoa. Como é que não poderia dedicar o que resta da minha vida a essa prática?”, finalizou a monja Coen.