O Dia da Consciência Negra é comemorado nesta segunda-feira, dia 20. A data, escolhida por coincidir com o dia da morte do líder negro Zumbi dos Palmares, em 1695, serve para reflexão sobre a luta e a evolução do negro na história do País.
Segundo o presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (Rua Monteiro de Melo, na Lapa), professor, autor do Hino à Negritude e escritor, Eduardo de Oliveira, 80, o dia lembra a resistência do negro à escravidão, desde o primeiro transporte de africanos para o Brasil(1534) até as conquistas mais recentes como as cotas nas universidades. “A data comemora o renascimento de uma nova negritude, no século passado, que despertava a certeza de uma dívida de mais de 400 anos da sociedade brasileira com os negros”, relata ele. “Quando o trabalho escravo desapareceu, os imigrantes europeus ocuparam os postos deixados pelos negros. Foi quando o negro ficou marginalizado”, lembra o professor.
Outro defensor da causa negra e escrivão de polícia da 7ª Delegacia Participativa da Lapa, Luiz Roberto Brandão, comenta que antes o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de Maio, data da Abolição da Escravatura. “Uma comemoração que é rejeitada por enfatizar a ‘generosidade’ da princesa Isabel, uma branca. A conscientização da história do negro que é comemorada no dia de Zumbi, é importante, pois ele foi um estadista”, opina Brandão.
A data da morte do líder negro é celebrada desde a década de 1970, mas, recentemente, virou feriado em vários municípios brasileiros, entre eles São Paulo.
Na capital estão programados vários eventos, entre os quais a Primeira Parada Negra, na avenida Paulista. A concentração será em frente o Masp, a partir das 14h.