Com a Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla) e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente debruçadas na elaboração da minuta da Operação Urbana Leopoldina e Jaguaré, a sociedade civil apresenta propostas de emendas e/ou supressão de artigos nessa peça de orientação urbanística. Tal projeto mexe profundamente no cenário de dois bairros, que são alvo do interesse da indústria da construção civil.
Representantes do Movimento contra a Verticalização Desenfreada da Lapa e Região (Mover), que participam dos debates promovidos pela Prefeitura, elaboraram documento, formalmente protocolado, no qual sugerem mudanças em artigos da Operação Urbana. “É preciso que o texto que regulamenta a Operação preserve o solo e subsolo”, afirma a geógrafa Ros Mari Zenha, uma das fundadoras do Mover. “A indução do adensamento populacional na Leopoldina e no Jaguaré tem que levar em conta esses dois parâmetros. As construtoras fazem grandes subsolos e, muitas vezes, atingem o lençol freático, comprometendo a dinâmica do lençol, pela subtração da água por bombeamento, o que também pode levar à ocorrência de recalques (acomodação do solo) com impactos para a vizinhança”.
Outra preocupação do Mover são as Zonas Especais de Interesse Social (Zeis), que a atual gestão da Sempla ignora. “Na área da Cooperativa de Cotia existe uma ZEIS que Sempla quer tornar Zona Mista. Somos contra essa postura. Ela favorece a especulação imobiliária, ignorando o planejamento voltado para as classes menos favorecidas”, questiona Ros Mari.