É grande a expectativa no barracão da Império Lapeano às vésperas do desfile do dia 27, segunda-feira, que pode marcar o ingresso da escola de samba no Grupo de Acesso do Carnaval Paulistano. “Vamos desfilar para levar o título de campeã do Grupo I. Temos um ótimo enredo e um samba que vai contagiar os 1.300 componentes da nossa escola e também as arquibancadas do Sambódromo”, afirma Luiza Fonseca, a Luizinha, presidente da Império.
O samba dos compositores Nelsinho e Nego Justo tem tudo para sacudir o Anhembi. Sua melodia empolga, o refrão é simples e bem marcado. “É uma linda composição, que casa direitinho com a proposta do enrendo que fala de algo maravilhoso que é o amor. Vamos com tudo, pois esse nosso desfile promete surpreender”, afirma Maria Bernadete, que terá a responsabilidade de interpretar o samba durante os 45 minutos do desfile da Império.
O enredo “As várias formas de amar”, do Carnavalesco Carlos Marques mostra que o homem é um ser apaixonadamente humano. Marques coloca na passarela do samba o amor em suas mais diversas dimensões: a familiar, a maternal, a espiritual e, é claro, a da paixão carnal. “Um dos elementos do enredo que mais me tocou foi a questão do amor das mães. Contamos que na cultura indígena, as crianças nascidas com alguma deficiência física eram sacrificadas. Porém algumas índias, se negavam a entregar seus filhos recém-nascidos à morte”, conta Luizinha.
Impossível encontrar, na quadra da Império, alguém que não se derreta de paixão pela escola lapeana. Aos 56 anos, Elizabeth de Moraes, conhecida por todos como Dita, dá o tom desse sentimento. “Ajudei a fundar a Império. Amo tudo isso que está aqui. Você não imagina o que é desfilar esperando ser campeã e recebendo o apoio de toda a comunidade”, diz Dita, apontando para os quatro cantos do barracão alviverde.
Ao seu lado, Olavo José Teodoro, 31 anos, reforça o que o Bloco “A Lapa Somo Nóis” já destacava, no sábado, 18 os lapeanos fazem questão de celebrar a amizade com gente de bairros próximos ou distantes. “Sou o diretor do barracão. Mas não moro na Lapa. Sou do Jabaquara. Acontece que meus amigos estão aqui na Leopoldina e há seis anos decidi entrar na comunidade da Império”, afirma Olavo.