A Comissão de Saúde, Trabalho e Promoção Social da Câmara Municipal de São Paulo apresentou na quinta-feira passada o relatório preliminar da visita técnica à Usina de Compostagem de Vila Leopoldina, realizada no dia 25 de setembro. Pelo documento, os vereadores “sugerem o fim das atividades da unidade no prazo de 45 dias”. O relatório foi assinado pelo vereador presidente do grupo, Gilberto Natalini, pelo vice-presidente da Comissão, Celso Cardoso, por Manoel Cruz e Rubens Calvo.
Os vereadores pretendem ainda realizar uma audiência pública com os moradores do bairro, que deverá ser marcado ainda este mês. O objetivo é ouvir a opinião da comunidade e ainda pressionar a administração municipal para que tome as medidas necessárias para a desativação definitiva de uma usina instalada numa região de alto adensamento residencial, causando diversos transtornos aos moradores do bairro.
Inaugurada em 1974, a Usina tem150 funcionários, que recebem mil toneladas de lixo residencial diariamente numa área de 10 mil metros quadrados. Destes resíduos brutos, perto de 500 toneladas são transformadas em composto cru. O restante é destinado à Unidade de Triagem ou ao Aterro Sanitário de Perus. Após a cura da compostagem, 50% do volume é dispendido em forma líquida (chorume).
Pelo relatório, foram considerados insatisfatórios o baixo número de trabalhadores (com riscos de contaminação pela baixa qualidade do material), precária segregação de material não-orgânico no resíduo introduzido nas esteiras da Usina, acarretando grande quantidade de materiais impuros no produto final, emissão de odor além dos limites da área total da Usina e contaminação do solo face à descontinuidade do piso do pátio da unidade.
O promotor de Justiça do Meio Ambiente, Geraldo Rangel de França Neto, disse que vai aprofundar a investigação do processo. Disse que se pronunciará nos próximos 15 dias, mas considera a Usina de Compostagem imprópria na região. O promotor afirmou que a Secretaria de Serviços e Obras reduziu o prazo de desativação da estrutura para dois anos. O maior receio da administração municipal, diz, é sobrecarregar o aterro sanitário.