Tombamento divide comunidade

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Foto:

Barros Lima, Lys dos Santos (ACSP-Lapa) e Tatani (D)

As informações divulgadas pelo Jornal da
Gente e a vontade de setores comunitários em dialogar com órgãos do
Patrimônio Histórico Municipal mudam os rumos do processo de tombamento
da City Lapa.
Na segunda-feira, 27, na sede da Distrital Lapa da Associação Comercial
de São Paulo, a Associação Amigos de Bairro do Alto da Lapa e Bela
Aliança (Assampalba) – favorável ao tombamento – e moradores e
empresários contrários a essa medida debateram em torno das notícias
publicadas pelo JG.
Durante o debate, a Assampalba revelou que desconhece o teor da minuta
de tombamento a ser apreciada pelo Conpresp, órgão municipal
responsável pela preservação do patrimônio histórico e cultural da
cidade. “Não tínhamos idéia desse documento. Ficamos sabendo disso
agora”, disse Toshiyoki Tatani, um dos representantes da entidade
presentes ao debate. Numa primeira e rápida leitura de alguns artigos
da minuta, Tatani chegou a expressar certa contrariedade em relação às
determinações do Conpresp. “Encaminhamos ao Conpresp uma proposta menos
rígida”, afirmou Tatani.
A maioria dos presentes ao debate se pronunciou contra o tombamento,
deixando claro, porém, que a preservação da Cty não está em discussão.
“Todos aqui defendem a preservação. No entanto, a maioria entende que a
região já conta com legislação suficiente que a proteja, incluindo um
decreto do então prefeito Mário Covas (1995)”, afirmou o historiador e
ex-superintendente da ACSP-Lapa, José Carlos de Barros Lima.
Na quarta-feira, 29, o presidente da Assampalba, Roberto Rolnik,
conversou por telefone com a reportagem do JG e considerou positivo e
flexível o documento do Conpresp. “Acabo de fazer uma primeira leitura
e não vejo rigidez nessa resolução. Porém, em conjunto com outros
membros da Associação vou analisar mais profundamente a minuta”,
afirmou Rolnik.
O processo de tombamento em discussão teve início em 1992, por
iniciativa da própria Assampalba. Tempos depois, o órgãos do Patrinônio
Histórico estadual indeferiu o pedido. Recentemente, a entidade voltou
a submeter o assunto ao Conpresp.
O JG conversou, novamente, sobre o assunto com vereador Toninho Paiva,
representante do Legislativo no Conpresp. Mais uma vez ele garantiu que
convocará uma Audiência Pública na Câmara para que a questão do
tombamento possa ser discutida democraticamente.

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