Prefeitura ouve sonoro não

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Moradores pedem novas Audiências Públicas como a que ocorreu dia 4 na Uninove

No lotado auditório da Uninove, na Barra Funda, cerca de 700 pessoas, após ouvirem (em Audiência Pública) detalhes oficiais sobre a nova Operação Urbana Água Branca, mandaram, na noite da quinta feira, 5, um recado inequívoco ao prefeito Gilberto Kassab: as propostas urbanísticas que a Prefeitura defende para bairros como Pompeia e Barra Funda são frágeis e não respondem aos anseios das comunidades locais.
As mesmas críticas foram relatadas ao secretário do Meio Ambiente, Eduardo Jorge (PV) e o vereador Paulo Frange (PTB), membro do G-8 Lapa, presentes na audiência da Uninove. Frange foi duro em seu posicionamento, expressando indignação a “uma Operação Urbana que há 15 anos vem se mostrando nociva à região”. Ao citar uma das propostas da Prefeitura para a Vila Pompéia, o prolongamento da Rua Cotoxó (o que implicaria em desapropriações), Frange foi claro: “se esse prolongamento for decretado eu garanto que na Câmara consigo as 28 assinaturas (de vereadores) necessárias para derrubá-lo”.

Preços nada populares
Ao lado do Centro de Treinamento do São Paulo, na Avenida Marques de São Vicente (área da Operação Urbana), um terreno classificado como Zona Especial de Interesse Social (Zeis), onde devem ser inseridas moradias populares, a construtora Bueno Netto comercializa unidades de 52 m² em torres de 16 andares. Do primeiro ao oitavo andar, o financiamento do imóvel (R$ 130 mil reais) é feito pelo programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Do oitavo ao 16º andar o preço aumenta para R$ 160 mil e o financiamento não goza dos privilégios do minha Casa Minha Vida.
Ao ser questionado se tal oferta pode ou não ser considerada moradia popular, o representante da SP Urbanismo (ex-Emurb), Vladir Bartalini, disse que se a Prefeitura aprovou tal empreendimento quer dizer que ele segue o que diz a lei. “É uma Zeis em terreno privado, diferente da nova área (também na Marquês de São Vicente) que a Prefeitura destinará a 250 moradias populares”, explica Bartalini.
Moradores e lideranças comunitárias querem novas audiências públicas e exigem modificações significativas na nova Operação Urbana, como o aumento de áreas destinadas a moradias populares, garantias de um real empenho da Prefeitura na execução de obras de infraestrutura (viárias e de drenagem), entre outras reivindicações.

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