Mais de 300 pessoas, quase todas moradoras da Lapa de Baixo, participaram da retomada da série seminários Comunidade e Cidadania, realizada pelo Jornal da Gente, na segunda-feira, 31 de janeiro. O evento colocou em debate a Operação Urbana Lapa-Brás, uma grande intervenção urbanística proposta pela Prefeitura.
O evento, ocorrido no auditório das Faculdades Rio Branco, contou com a presença do secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, que explicou as linhas gerais da Operação Urbana e respondeu a várias questões encaminhadas por moradores e empresários lapeanos.
Vivi Dall’ Osto e Tom Ribeiro, Integrantes do movimento de cidadania Minha Lapa Minha Vida abriram o seminário apresentando um slideshow, onde ficava claro que a área de intervenção da Operação Urbana Lapa-Brás, sobreposta a um mapa virtual da cidade, coincide com áreas residenciais e comerciais da Lapa de Baixo. A sobreposição mostrava que ruas próximas ao Central Park Lapa coincidem com setores que na Operação Urbana são chamados de Áreas de Transformação Incentivada, onde a Prefeitura espera por grandes investimentos privados.
Essa situação leva moradores a temer por desapropriações, algo que foi colocado diretamente ao secretário. “Não há previsão de desapropriação agora”, afirmou Bucalem, enfatizando que a Operação Urbana ainda está em sua fase inicial (preparação de licitação para contratação de empresa para a elaboração dos estudos urbanísticos). “Se não há projeto especificando a Operação, não dá para falar em desapropriações”, acrescentou secretário.
Para o Minha Lapa Minha Vida, a afirmação de Bucalem deixa claro que no momento não existe previsão de desapropriações, mas não explica o que pode acontecer no futuro. A expectativa de Bucalem é que o projeto vencedor da licitação esteja concluida até o final deste ano, de forma a abrir com a comunidade o debate em torno da Operação Urbana Lapa-Brás.