Mais uma vez a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) se viu obrigada a recuar diante da intenção de remover dezenas de famílias que montaram seus barracos na Favela do Sapo (área de risco), localizada às margens do Córrego Água Branca (entre a Marginal e Avenida Marquês de São Vicente, ao lado do CT do São Paulo Futebol Clube).
Logo no início da manhã de quarta-feira, 9, a Sehab montou uma grande operação e iniciou, com apoio da Sub Lapa, PM e CET, a demolição dos barracos. Inconformados, pelo fato de serem removidos sem receber da Prefeitura moradia digna definitiva, os moradores da favela recorreram à Defensoria Pública, que interveio no sentido de suspender a operação.
O deputado estadual Carlos Neder (PT) que assumirá em março uma vaga na Câmara, o deputado estadual eleito, Luiz Cláudio Marcolino (PT) e o presidente do Instituto Rogacionista, padre Lédio Milanese acompanharam toda essa polêmica. “Conseguimos avançar em alguns compromissos com a Sehab. Haverá um novo cadastramento dos moradores e aquelas 17 famílias, cujos barracos foram demolidos quarta-feira, começarão a receber bolsa-aluguel. O passo seguinte será garantir moradia definitiva a todas as famílias da Favela do Sapo”, explica Marcolino (morador da Leopodlina).
Carlos Neder (morador da Pompeia), ao sair em defesa da população da Favela do Sapo, denunciou a forma de coação por parte da Prefeitura. “Um homem, que se identificava como Evandro, ameaçou (armado) os moradores. Ele se dizia funcionário da Prefeitura”. Segundo apuração de Neder, Francisco Evandro Ferreira Figueiredo é funcionário que presta serviços à Sehab. “Evandro foi contratado para derrubar as casas, para tirar as pessoas da favela. Foi isso o que admitiu a superintendente de Habitação Social da Secretaria Municipal de Habitação, Elizabete Franca”, afirma Neder.
A Sehab em nota à imprensa confirma que a operação na Favela do Sapo foi suspensa, mas não cita o caso do funcionário Evandro.