“Meninos,|eu vi!”

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Nereu Mello

Eu vi pessoas abatidas se reerguerem das cinzas, como verdadeiras Fenix, a ave que, nas velhas estórias dos antigos, se reerguia das próprias cinzas e voava de novo para o céu largo e para as alturas das nuvens, num milagre de reconquista daquilo para o que ela fora feita: voar alto, voar longe, como águias reais e poderosas.
No poema Y-Juca-Pirama, Gonçalves Dias, narra, em versos inesquecíveis, a vitória do jovem tupi e de seu velho pai, cego. Ele chorou por causa do pai abandonado na floresta. Mas, trazido o velho à taba dos Timbiras, reergue-se como um gigante, afrontando sozinho os fortes e valentes adversários. E lutou tanto e tão bem que o chefe Timbira mandou parar a luta e reconheceu a valentia do tupi que chorara, não de medo, mas por compaixão e, agora, reconquistava e reerguia o velho e bom nome dos tupis.
“Meninos, eu vi.
Eu vi o guerreiro
Chorar sem ter pejo.
Parece que o vejo
Diante de mim.
Eu disse: é um covarde.
Não era. Era um bravo…”
É assim com todos nós. Pode haver (e há) momentos em que, de mãos amarradas atrás, parece que vamos ser queimados e destruídos. Parece que somos menos que um homem ou uma mulher. Um verme que a vida vai esmagar com sua pata de elefante. Viremo-nos. Desviemos o golpe. Há uma brasa debaixo das cinzas. É o fogo, é a força que transforma a derrota em vitória!

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