Jogando lixo no lixo

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“O teu chão era imundo. Você soube cuidar dele?” Essa é um trecho da música do grupo Falamansa “Lixo no Lixo” que alerta para a poluição provocada pelo descarte irregular de lixo e sua contaminação no meio ambiente. A letra chama atenção para a destinação correta dos resíduos sob pena de comprometermos nossa própria sobrevivência. Afinal, o lixo mal descartado pode criar muitos problemas, como ambiente propício para criação de animais e insetos indesejados que afetam a saúde humana. Sem falar da multa que o sujão pode receber, de R$ 14 mil por crime ambiental, se for flagrado. A música serve de reflexão para pessoas que elegeram as esquinas da região da Subprefeitura Lapa como preferenciais para descarte de todo tipo de resíduo (doméstico, entulho, móveis velhos e até animais mortos). A Rua D. João V com Gago Coutinho, João Pereira com Dronsfield, Felix Guilhem com Tenente Landy, Padre Antonio Tomás com Praça Conde Francisco Matarazzo e Avenida Mofarrej são alguns dos locais críticos. O que elas esquecem é que chegou o verão acompanhado de chuvas fortes. O descarte inadequado de lixo é um problema que colabora para as enchentes que afeta a todos, moradores e visitantes, que passam pela região. Na sexta-feira, sábado e domingo, por exemplo, o resultado da chuva mostrou que a limpeza dos bueiros pela Prefeitura foi insuficiente. Coincidentemente as ruas mais afetadas pelas enchentes nestes três dias foram vias que há tempos o JG registra o descarte inadequado tanto de resíduos domésticos quanto de móveis, colchões e eletrodomésticos que ficam por dias e dias sem o fim adequado. Como ressalta a moradora da Praça René Barreto, Nuria Corcoll, em carta enviada à redação: a primeira enchente da Rua John Harrison (depois das obras), no final de semana, foi resultado da falta de varrição (pela Prefeitura) e do lixo que desceu das ruas com a água da chuva. Outro ponto castigado pelas águas na sexta-feira foi à região da Praça Melvin Jones e a Viela Ema Ângelo Murari, próximo ao Viaduto da Lapa. O repórter Bruno Pedroni esteve no local e constatou que o volume da água era tão grande na viela que uma tampa da galeria fluvial saiu do lugar e abriu um buraco perigoso, em frente ao ponto final de uma linha de ônibus. Dessa vez, um sofá descartado irregularmente, ironicamente, protegia pedestres e motoristas do buraco, no sábado.A questão da geração de resíduos, seja um papel de bala ou um sofá, é tão séria que o Instituto 5 Elementos, mapeia as possibilidades de descarte de cada tipo de resíduo na região da Sub Lapa. O diagnóstico preliminar da 5 Elementos revela que os índices de descarte de resíduos sólidos na região estão no patamar dos países mais desenvolvidos do mundo. No entanto, a consciência no descarte ainda fica a desejar, seja na atitude ou na cobrança de soluções quanto ao recolhimento desses resíduos. Sem dúvida, a Prefeitura tem que fazer sua parte e o cidadão colaborar “jogando lixo no lixo, no lixo, no lixo. Jogando lixo no lixo, no lixo, no lixo”, como bem alerta a música do Falamansa.  

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