Grupo de moradores quer|adotar a área da horta

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No meio da calçada não se pode plantar, afirma o subprefeito da Lapa

A fotolegenda de capa da edição passada do Jornal da Gente “Calçada vira horta na City Lapa” provocou manifestações de moradores, do grupo que faz o manejo e de movimentos de hortas urbanas da Cidade. O objetivo da publicação foi mostrar o plantio do capim cidreira no meio da calçada e abrir a discussão sobre a situação dos passeios em época de debate do Plano de Mobilidade de São Paulo. 

Uma das idealizadoras do projeto, a moradora da Rua João Tibiriçá, Neide Rigo, explica que a horta começou porque os moradores ficaram incomodados com o abandono da area (verde ao lado da Praça Ângelo Rivetti), entre a Rua Barão de Itaúna e João Tibiriçá.  “Havia restos de poda, entulho, trabalhos religiosos, pratos com água empoçada e restos de mudanças de moradores. Vivíamos pensando que poderíamos melhorar aquele canto. Não tínhamos em mente fazer uma horta, tínhamos em mente que precisávamos melhorar aquele espaço e com isso todos os moradores da João Tibiriçá concordavam”, conta Neide. 

Na ocasião, o então subprefeito da Lapa, Ricardo Pradas (hoje na CET) foi informado. “Ele disse que tudo bem e que não havia nenhuma Lei que nos impedisse. No dia seguinte mandou serventes da Alô Limpeza ajudar no corte do mato alto. Os entulhos nós ensacamos (restos de móveis, de construção, pratos de cerâmica com restos de comida, animal morto, camisinha). Agora se (ele) deixou documento para seu sucessor não temos como saber”. 

Pradas confirma a declaração de Neide. “Disse também que era bom elas terem um termo de cooperação”, declarou o ex-subprefeito, que hoje está na CET. “O que fizemos plantando capim foi expor o péssimo estado em que se encontrava a calçada de baixo. Trocamos um capim que não servia para nada – braquiária alta – por um capim abençoado (o cidreira) que não atrapalha em nada o espaço”, afirma Neide que solicitou a adoção da area usada para horta.

O atual subprefeito da Lapa, José Antonio Varela Queija reconhece que a calçada está deteriorada e disse que será refeita. “Existe a opção de fazer uma calçada verde. Realmente no meio não se pode plantar, a calçada tem que ter pelo menos 1,20 metro para o cadeirante passar. Com respeito a (area da) horta, não tinha autorização e depois que saiu a matéria as pessoas vieram aqui para fazer o termo de cooperação. O conteúdo do termo será publicado no Diário Oficial  para saber se tem mais alguém interessado em adotar aquela area (da horta)”, conclui Queija.

 

Opiniões divididas

Apoiadora de hortas urbanas, a conselheira participativa da Lapa, Alexandra Swerts, disse que a cidreira na calçada foi demais. Desde o primeiro plantio (da horta) falei para elas conversarem (com a comunidade local) sobre o que queriam fazer ali. Sugeri uma reunião com todos os moradores da região. É uma coisa bacana, mas acho que falta diálogo”. 

Já o presidente da Amocity (Assoicação de Moradores da City Lapa Canto Noroeste), Jairo Glikson, disse que não manifestou apoio a horta pela falta de regularização junto a Prefeitura e da divisão de opiniões entre os moradores. 

Kátia Hawrysz afirma que 90% dos vizinhos (Rua Tordesilhas) que conversou, não querem a horta. “As pessoas não se manifestam para evitar mal estar com quem está fazendo. Não sou contra a horta comunitária, mas depende como e onde é feita. A City não permite esse tipo de coisa. O plantio na calçada foi demais. Pagamos altos impostos (na City) para que a prefeitura cuide do paisagismo”, afirma Kátia.

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