A reunião do Conselho Participativo da Lapa com o secretário Municipal da Cultura, Nabil Bonduki, na quinta-feira, 28, levou mais de 120 pessoas para a Casa de Cultura Tendal da Lapa, transferida para a administração da pasta no ano passado. A reunião teve início com a apresentação de dois corais, o da Cidade de São Paulo e da USP, que estão entre os 71 grupos que adotaram o espaço como casa de ensaios. Entre os principais assuntos em pauta estavam o próprio Tendal da Lapa e o Museu Miguel Dell’Erba – o Museu da Lapa.
Quanto ao Museu, o Conselho Participativo entregou ao secretário propostas para o Centro de Memória e Convívio da Lapa “Cecília Meirelles”, que abriga precariamente o acervo. Foi solicitado que a Secretaria de Cultura dê condições ao Centro de Memória para que ele seja de fato um centro de memória, conforme dispõe o Decreto que o criou; que a pasta preserve e faça o tratamento técnico dos objetos e documentos do acervo. O Conselho pede ainda que seja amplamente discutido os objetivos e a vocação do Centro de Memória, visando a definição de regimento interno, quadro de pessoal e de suas atividades.
Houve também manifestações de representantes da comunidade, como o historiador José Carlos de Barros Lima, diretor do Colégio Santo Ivo, que repudiou a possível transferência do acervo do museu para o Museu da Cidade, proposta que já aventada pela supervisora de Cultura da Subprefeitura Lapa, Adriana dos Reis. Luiz da Silva, secretário executivo do Instituto Anastasiadis, e Luciano Garcia, diretor do Colégio Heitor Garcia, apresentaram proposta ao secretário para que o Colégio abrigue o acervo em local adequado e seja feito o restauro das peças. O secretário se dispôs a receber e analisar as propostas da comunidade e trabalhar para que o acervo seja preservado.
Tendal da Lapa segue em busca de recursos
A coordenadora do Tendal, Carla Monteiro, apresentou na reunião com Bonduki, um breve balanço das atividades da casa de cultura lapeana, demonstrando sua importância não apenas para os moradores da Sub Lapa, como também para toda região noroeste e municípios vizinhos. “Quando assumimos a gestão do Tendal recebemos um levantamento detalhado de suas deficiências, demandas por reforma e perfil de usuário. Sabemos que pelo porte, o Tendal deveria ser um Centro Cultural devido a sua importância e localização estratégica. Mas com a restrição de receita neste ano, devido à crise, tivemos que cortar custos. Vamos trabalhar para que estas novas casas de cultura recebam emendas parlamentares para que pelo menos possam fazer reformas emergenciais”, afirmou Bonduki.