A Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) da Vila Leopoldina virou tema de discussão no bairro. Localizado na Avenida Imperatriz Leopoldina, vizinha a novos condomínios, a area da antiga garagem de ônibus da CMTC (hoje da SPTrans) é uma das ZEIS 3 que foi mantida no texto da revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (Lei do Zoneamento) entregue pelo prefeito Fernando Haddad à Câmara Municipal após 41 audiências e oficinas públicas realizadas pela Prefeitura. Segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, a manutenção das Zeis tem o objetivo de diminuir a desigualdade social e oferecer moradia digna para quem necessita.
A Associação Viva Leopoldina (AVL) formada por novos condomínios defende uma biblioteca-parque para o terreno de mais de 30 m². Carlos Alexandre de Oliveira explica que a associação não é contra ZEIS, mas a favor de planejamento urbano de qualidade. “O terreno é um local contaminado por combustíveis da antiga garagem de ônibus. Todos nós sabemos que o processo de remediação (descontaminação) do terreno é algo complexo. Uma biblioteca-parque, igual à existente na Avenida Getúlio Vargas – Rio, geraria a inclusão social, com equipamento público adequado, dando acesso à população em atividades como cinema, música, teatro, leitura, pesquisa. Isso aliado a um parque para o processo de fitorremediação da area”, justifica Oliveira. “A Associação olha a Vila Leopoldina como um todo, não só o terreno. É preciso pensar na saída da Ceagesp e no que virá. Você tem que ter equipamentos planejados como creche, parque e outras coisas, contemplando um grande Plano de Bairro”.
Adaucto Durigan, ex-subprefeito da Lapa e um dos idealizadores do Forúm Social da Vila Leopoldina (que discute as questões sociais da região), defende a permanência da area para a construção de moradia popular. “A Zeis no bairro vai atender aqueles que esperam por moradia faz anos. (A area) Não é só para habitação, vamos tentar discutir um novo projeto, diferente do Cingapura, com equipamentos públicos integrados”, completa Durigan.
O relator da Lei na Câmara, vereador Paulo Frange (PTB) sabe que há uma discussão muito grande quanto as Zeis da Leopoldina. “Nós não vamos adensar de habitação de interesse social a ponto de impactar a região, mas uma ou outra zonas de ZEIS em areas estruturadas foram demarcadas para aproximar as pessoas do seu local de trabalho”, explica o relator da Lei na Câmara Municipal de São Paulo.
Audiência Pública
A Câmara vai realizar 46 audiências públicas entre gerais, regionais, temáticas e devolutivas sobre o projeto de Lei sobre Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. O legislativo inicia os trabalhos com uma audiência geral no dia 22, 19h (Viaduto Jacareí, 100). Cada Subprefeitura terá uma audiência dentro do território. A da Subprefeitura Lapa será em 28 de setembro, 19h, na sede da Rua Guaicurus, 1000. O relator da Lei, vereador Paulo Frange explica que a Câmara deixou espaço para até mais audiências (até 60), se necessário. A previsão é concluir o processo com votação da Lei do zoneamento em dezembro.