Cada dia a discussão sobre o destino da área da antiga garagem de ônibus da CMTC, na Vila Leopoldina, ganha mais espaço na imprensa e na internet entre representantes do Fórum Social da Vila Leopoldina – que defendem uma Zeis 3 (Zona Especial de Interesse Social) – com construção de moradias e equipamentos sociais – e a Associação Viva Leopoldina (de moradores dos novos condomínios) que luta pela instalação de um parque–biblioteca no local. A Viva Leopoldina aponta a contaminação como entrave a construção de moradias e defende a instalação de uma biblioteca-parque na area com processo de fotorremediação – recuperação da área contaminada e água poluída com plantas e vegetais. Os representantes do Fórum Social lutam pela construção de um moderno projeto de moradia para atender famílias do bairro e zerar o déficit habitacional na região.
O debate entre os dois grupos começou nas audiências do novo Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo (Lei Municipal 16.050/14), no ano passado. O PD, Lei 16.050/14, estabeleceu diretrizes para a revisão do zoneamento que nesta segunda-feira terá a primeira audiência pública organizada pela Câmara, na sede do legislativo municipal. O zoneamento vai determinar um conjunto de regras – de parcelamento, uso e ocupação do solo – e definir as atividades que poderão se instalar no terreno da Leopoldina e nos diferentes cantos da cidade. Além disso, o terreno aguarda a conclusão da descontaminação.
Remeadiação
A Cetesb (Companhia Ambiental do Meio Ambiente) informa que a contaminação existente na área da São Paulo Transporte, ocupada pela Companhia de Engenharia de Trânsito (CET), tem como origem os tanques de armazenamento de diesel dos ônibus da antiga garagem da CMTC. O contaminante no local é o TPH (Polihidrocarbonetos totais) e há três focos distintos de contaminação, nos locais em que haviam tanques subterrâneos.
Em 2013, cerca de 11 poços de monitoramento sinalizavam grandes espessuras de contaminantes livres com até 52 cm. No passado havia somente um sistema de remediação em operação no local e a eficiência de remoção dos contaminantes era muito baixa. No momento, os trabalhos de remediação prosseguem, com três sistemas instalados, nos três focos de contaminação, e ainda existem 6 poços com contaminantes em fase livre com espessura máxima de 6 cm.Os riscos de utilização da area referem-se ao contato dérmico com esses compostos e por ingestão de água do lençol freático. Por este motivo que há restrição do uso de água subterrânea. A Cetesb, por meio de sua agência ambiental de Pinheiros, acompanha as ações de remediação da área até que sejam atendidos os padrões de qualidade exigidos.