Quem circula pela Lapa não imagina que a subprefeitura divida a quinta colocação no ranking das que mais mataram no trânsito em 2017. Lapa e Santo Amaro ficaram atrás apenas de Capela do Socorro, Sé, Campo Limpo, M’Boi Mirim e Itaquera.
Para quem se locomove a pé ou de bicicleta, os números surpreendem: entre 2015 e 2017, 40 pedestres e ciclistas foram mortos e outros 482 saíram feridos. Para proteger essas pessoas, três eixos merecem atenção especial.
As linhas das avenidas Marquês de São Vicente-Ermano Marchetti e da Av. Francisco Matarazzo-Rua Guaicurus, quase paralelas, possuem participação expressiva de ônibus nas fatalidades. Também perigosa é a ligação entre as avenidas Ermano Marchetti e Nossa Sra. da Lapa, passando pelo viaduto.
O padrão do último eixo se repete em outras regiões. Concentrações de pedestres feridos no trânsito tendem a estar próximas a zonas comerciais, shoppings centers e locais de estudo – o que faz lembrar, inclusive, que boa parte dos clientes do comércio é gente que chega a pé ou de transporte público.
Reconhecer zonas onde muitas pessoas estão a pé como prioritárias é o primeiro e fundamental passo a ser dado, aumentando o espaço de circulação para quem caminha e diminuindo a largura das ruas, de modo a reduzir as velocidades de quem dirige.