Hora de ajudar

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Neste Dia do Trabalho, que caiu em um sábado então não seria “feriado” (de qualquer forma já perdemos qualquer referência de quais feriados estão valendo, quais foram antecipados e da divisão do trabalho/descanso no home office), o simples fato de ter um emprego é quase um privilégio. Não deveria ser assim. Trabalhar deveria ser parte da vida de qualquer adulto e não motivo de insônia.

As entidades e associações que desde o início chamaram atenção para o impacto econômico da pandemia foram de certa forma hostilizadas, com o entendimento de que era errado pensar em dinheiro e emprego diante de um cenário onde tantas vidas estavam sendo perdidas. De fato, sem a saúde e segurança das pessoas, não faz nem sentido pensar em trabalho. Sem vida não há trabalho. Lamentavelmente nosso país lidou e está lidando muito mal com tudo e nós, população, seremos atingidos por dois golpes simultâneos: os índices ainda altos de mortes (na quarta-feira, dia 28, foram 3.163 vidas perdidas em 24 horas) e a acentuação da pobreza e desigualdade, com pessoas sem emprego, sem conseguir se alimentar corretamente e empresas falindo.

O efeito é cascata e cíclico. Pessoas com menos dinheiro reduzem o consumo. Sem o consumo empresas fecham as portas e precisam mandar funcionários embora, que por sua vez também precisarão reduzir o consumo até se reposicionar. Precisamos urgentemente que toda a sociedade se empenhe para quebrar esse ciclo.

A reconstrução será lenta e nada fácil, mas antes de pensar em um plano para nos reerguer, o momento é de urgência. Dados divulgados pelo “Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil”, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional indicam que nos últimos meses do ano passado 19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar.

Metade dos domicílios no país. Essa informação merece destaque porque significa que essas pessoas estão em toda parte. Para tentar reduzir o impacto em nossa região, a União Fraterna, cuja história está diretamente ligada a ajudar quem mais precisa, apresenta na próxima semana uma campanha de arrecadação de alimentos que pretende envolver o máximo de entidades e lideranças da Lapa, Vila Leopoldina e demais bairros vizinhos. Todos podemos ajudar, mesmo que com pouco, a fazer uma enorme diferença.

Então a ordem de prioridade é essa: salvar vidas, aderindo à vacinação e evitando se expor para não precisar de leitos, garantir alimentos básicos para todos e contribuir para a já muito prejudicada economia.

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